Existem basicamente dois estilos de pais, pelo que venho observando nesses meus primeiros 19 anos no ofício: alguns criam os filhos para o ninho, outros para o voo. Criar para o ninho oferece algumas vantagens evidentes. A primeira, e mais óbvia, é que o estilo superprotetor apresenta menos riscos. Se você nunca deixar uma criança ir sozinha para a escola, ela certamente nunca vai ser assaltada ou atropelada – e você não vai ficar aflito com a aventura. Também nunca vai precisar quebrar a cabeça calculando se ela já está pronta para o desafio, se conhece bem o caminho, se atravessa a rua olhando para os dois lados, se sabe quando e como pedir ajuda em caso de necessidade. Criar para o ninho é o modo padrão dos pais que não fazem nada muito errado. Se criarem um jovem sem iniciativa, que segue a manada ou que tem medo da própria sombra, vão poder dizer, com sinceridade, que tudo que fizeram (ou não fizeram) foi pensando no bem dos filhos. E não estarão mentindo.
Lições da vida
Para o ninho ou para o voo
O problema com a criação dos filhos é que poucas coisas são unanimemente aceitas como "o bem"
Cláudia Laitano
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