O marco inicial deste texto é o dia 1° de janeiro de 2000 e, por isso, chegamos, neste final de 2024, a 25 temporadas de um Grêmio que teve de tudo um pouco. A montanha russa apresentada pelo clube neste período por ser definida como uma aula prática de futebol. Aqui sabemos o que se fez de certo e o que jamais podemos repetir.
A linha do tempo é definitiva
2000 - O Grêmio se torna um clube rico com a parceria da hora. A ISL, gigante mundial do MKT, fecha parceria e desembarca uma fortuna por aqui. Zinho e Astrada, por exemplo, chegam para mudar o tamanho do clube. Parceira havia sido assinada por 15 anos.
2001 - Grêmio perde o maior talento da sua história (Ronaldinho), mas ainda mantém o time. A ISL, quebrada, deixa o Brasil. O Grêmio, já sem os dólares da ex-parceira, mantém investimentos, e conquista a Copa do Brasil.
2002 - Grêmio começa a sofrer com problemas financeiros, mas mantém um time caro para conquistar a Libertadores. Time faz ótima campanhas tanto na grande competição sul-americana como no Brasileirão.
2003 - Já afundado em dívidas, Grêmio tenta o último suspiro na Libertadores do ano do centenário e não consegue. Clube já joga o Brasileirão para não cair.
2004 - Chega a conta. Administrando problemas financeiros absurdos, Grêmio cai para a segunda divisão. Ano é marcado pela reabertura da política do clube, com a participação dos sócios nas eleições.
2005 - Paulo Odone volta ao clube e começa uma reconstrução. Sem dinheiro nenhum, Grêmio monta um time barato e vai para um ano de salvação. Jovens são lançados (Galatto, Anderson, Lucas Leiva, Marcelo Grohe...) e o clube volta a primeira divisão em um jogo épico.
2006 - De volta à primeira divisão, o Grêmio se remonta com elencos baratos. No financeiro e no jurídico, seguem contas intermináveis do período ISL, que inchou o clube e colocou ídolos no “condomínio de credores” criado para salvar o tricolor. Grêmio volta a vender jovens jogadores e fazer a roda financeira girar.
2007 - O Grêmio volta à Libertadores e faz ótima campanha, com um time guerreiro e não muito caro. Mais uma vez, os jovens ganham projeção e o Grêmio volta ao protagonismo. Começa o projeto Arena.
2008 - Grêmio perde o campeonato brasileiro nas últimas rodadas, mas valoriza a volta às grandes disputas.
2009 - Com mais capacidade financeira, Grêmio faz investimentos, mas não consegue transformar o maior custo em um time melhor.
2010 - Grêmio começa o ano acreditando em um grande trabalho, mas, mais uma vez, sucumbe e precisa trocar de técnico em meio a temporada. Começa a Era Renato.
2011 - Levado à Libertadores pelo ídolo, clube volta a fracassar e passa o ano em sem conseguir lutar por um grande título. Renato é demitido. Grêmio completa 10 anos sem um grande título.
2012 - Já próximo da inauguração da Arena e com Luxemburgo no comando, Grêmio faz altos investimentos (Kleber Gladiador, Marcelo Moreno...). Resultados não foram os esperados. Arena é inaugurada.
2013 - Fábio Koff volta ao Grêmio e monta um time ainda mais caro para buscar uma grande conquista. Renato encerra o ano como treinador e leva o Grêmio a bons resultados. O grande título não chega e o clube luta contra o seu maior racha político da história.
2014 - Grêmio não renova com Renato e começa uma nova lógica. Contrata jogadores desconhecidos e monta um time com mais ambição. Felipão, como técnico, termina o ano goleando o Inter em uma Arena lotada. Rui Costa é o dirigente.
2015 - Romildo, vice de Koff, assume a presidência e diminuiu o custo drasticamente. Manda embora jogadores como Moreno e Barcos. Com Geromel e Maicon ainda pouco conhecidos, o Grêmio começa o ano perdendo o Gauchão e busca Roger Machado para ser o treinador. O time conquista a torcida. Uma goleada histórica de 5 a 0 contra o Inter dá início a uma era de um time fantástico. Começa a era de venda de jovens jogadores.
2016 - No mês de setembro, após uma instabilidade do time, Grêmio chama Renato e o ídolo leva o time ao título da Copa do Brasil. Fim de uma seca dura para o torcedor. Grohe, Geromel, Kanneman, Maicon, Douglas, Luan e outros se tornam ídolos da massa tricolor.
2017 - Vem a Libertadores e a estrela de Renato brilha mais uma vez. Com um time recheado de ótimos jogadores, o Grêmio conquista o tri. Odorico Romam é o homem do futebol. Luan é grande estrela.
2018 - Grêmio troca o futebol e começa a dar mais poderes a Renato. Com um time forte, luta pelo título da América, mas aumenta de forma substancial o custo. Clube segue a luta pelo Gestão do seu estádio.
2019 – Renato pede mais jogadores e o Grêmio inflaciona a folha de pagamento sem melhorar o time. Grêmio termina a Libertadores sendo goleado pelo Flamengo por 5 a 0. Everton é o grande nome técnico.
2020 e 2021 - Dois anos que viraram um. A pandemia acabou criando uma rotina diferente, sem possibilidade de pré-temporada em 21. Gastando fortunas com jogadores que já não estavam com boa perfomance e contratando jogadores caros, Grêmio seguia com status de grande time. Cai na Libertadores de 20 sendo goleado pelo Santos. Vende Pepê.
Sem entender o que estava acontecendo, Grêmio entra 21 muito mal fisicamente, com Renato, mas já sem time e cai na pré-libertadores. Renato deixa o clube e, mesmo ganhando o Gauchão com Tiago Nunes, afunda completamente. Aposta em Douglas Costa, Jean Pyerre e ídolos que poucos resolviam, e cai para segunda divisão de forma constrangedora.
2022 - Último ano da Gestão Romildo, o Grêmio traz Roger e volta a vencer o Gauchão, mesmo estando na segunda divisão. Com Bitello como destaque, o time tricolor se aproxima da volta, mas, para surpresa de todos, nos jogos finais, Romildo troca o comando o recoloca Renato na comissão. O Grêmio volta à primeira divisão com uma folha de mais de R$ 15 milhões. Embróglio Arena segue muito vivo.
2023 - Alberto Guerra, homem do futebol nos anos de 18 e 19, assume o Grêmio e começa com Luiz Suárez um ano mágico. O gênio uruguaio leva o time a grandes jogos e traz a alegria ao povo tricolor. Renato é o comandante. Por pouco, o Grêmio não conquista o Brasileirão.
2024 - Suárez deixa o Grêmio e tudo volta ao velho status. Caríssimo, o Grêmio sofre na Libertadores e na Copa do Brasil. Com a enchente, os problemas aumentam e o time luta para não cair no Brasileirão. O sétimo título regional em sequência garante ao menos um alento ao torcedor gremista.
Diversidade
A história foi escrita e basta saber ler. O período de 25 anos do Grêmio tem de tudo. Muito e pouco dinheiro, estádio próprio e rolo na Arena, time caros e baratos... a única situação definitiva foi a presença dos torcedores tricolores. Em todos esses momentos, a torcida estava na arquibancada e só ela sabe definir o que quer. O Grêmio sempre será maior do que tudo e todos.