O meu amigo e colega Cristiano Munari, também conhecido como Catedrático, ao falar sobre a não utilização dos contratados Arezo e Aravena, disse que o Grêmio contratou, mas o próprio clube tem receio em colocá-los para jogar.
“O Grêmio não confia no próprio Grêmio” é uma reflexão que escancara algumas dificuldades que o clube enfrenta nos últimos anos.
Na última janela, depois de uma grande ação de captação, a diretoria do Grêmio contratou três jogadores jovens, oriundos do mercado sul-americano, e foi elogiada por torcedores e crônica esportiva. Arezo, o mais valorizado, Aravena e Monsalve custaram aos cofres do clube mais de US$ 10 milhões. E é exatamente aqui que começa a questão.
Quando se faz uma ação audaciosa e cara como essa, pressupõe-se que todos no clube estão de acordo. Mas não parece ser esse o caso. Até o momento, apenas Monsalve entrou na equipe, e depois de muita pressão.
Arezo e Aravena parecem estar em um processo de “lapidação”, expressão que Renato utiliza muito quando da ascensão dos meninos da base, e essa ausência deles no time explica todo esse contexto.
O técnico Renato costuma dizer que o presidente do Grêmio manda na Arena e que ele manda no CT. De fato, essa parece ser a prática. O Grêmio da Arena estuda as possibilidades, se vira e quebra a cabeça para fazer ótimos investimentos e honrá-los, e o Grêmio do CT decide de forma independente e desassociada o que vai fazer com isso.
Curiosamente, é preciso lembrar que o Grêmio tem apenas um presidente e é dono da Arena e dos seus CTs, do profissional, da base e da escolinha, e o que é decidido por ele e os seus colegas de diretoria deve ser seguido por quem executa o trabalho no clube. Essa é a única verdade. Nada deveria ser assunto além dessa premissa.
Hoje à tarde, por exemplo, Arezo e Aravena estarão com o time sub-20 no Gre-Nal da Copinha, seguindo o seu processo de “lapidação” no Grêmio.
O Grêmio, definitivamente, precisa confiar no próprio Grêmio.