Em boa hora, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) lançou a campanha “Venha reconstruir o Estado com a força do seu voto”. Realizada em parceria com a Associação Gaúcha das Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), a iniciativa visa estimular a presença nas urnas em outubro e, assim, reduzir a abstenção. As autoridades temem que, em decorrência da enchente de maio, o número de ausentes possa ser elevado, assim como ocorreu nas eleições municipais de 2020, quando a não participação ultrapassou um terço do eleitorado apto a votar. Naquele período, o mundo enfrentava os efeitos da pandemia de covid-19, com as pessoas evitando aglomerações para se protegerem da doença. Essas circunstâncias impactaram fortemente o comparecimento, resultando em uma ausência de 33,08% no primeiro turno e de 32,76% no segundo.
Cada voto conta e, neste ano tão trágico para o Rio Grande do Sul, pode ser determinante na construção de cidades melhores
Nas eleições gerais de 2022, já com o coronavírus sob controle, a presença de votantes aumentou. No entanto, mesmo com a polarização provocada pela disputa entre Lula e Jair Bolsonaro, cerca de 20% dos gaúchos optaram por não votar. Isso significa que uma em cada cinco pessoas deixou de participar de um dos pleitos mais acirrados da democracia brasileira. Nas eleições municipais deste ano, a preocupação envolve as consequências da histórica cheia enfrentada pela maioria dos municípios gaúchos. Com muitos moradores deslocados de seus domicílios eleitorais, o temor é que a abstenção aumente bastante novamente. É esse cenário que a campanha do TRE-RS pretende evitar, enfatizando a reconstrução do Estado como um motivo essencial para a participação na escolha de prefeitos e vereadores.
As abstenções não anulam eleições nem prejudicam a contabilidade dos votos recebidos por um candidato. No entanto, o baixo comparecimento pode enfraquecer a democracia, favorecendo a representação política de grupos mais mobilizados em prejuízo da vontade geral da sociedade. Para que a representação política seja a mais equilibrada possível, é fundamental a participação do maior número de eleitores. Ao votar, o cidadão se envolve ativamente no processo e ajuda a garantir que os eleitos reflitam os interesses e as necessidades coletivas. Cada voto conta e, neste ano tão trágico para o Rio Grande do Sul, pode ser determinante na construção de cidades melhores. Vote!