O Brasil encerrou sua campanha nos Jogos Paralímpicos de Paris com a melhor campanha de sua história. Medalhas, recordes, histórias de superação foram registradas nos últimos dias e uma pergunta insistentemente feita: "por que o Brasil vai melhor na Paralimpíada do que na Olimpíada?".
A resposta não é palpável e vários aspectos podem ser avaliados. O ideal é torná-los exemplos para o crescimento e integração social.
Mas o que realmente importa é que somos uma potência esportiva mundial paralímpica. Nossos atletas têm uma capacidade imensa e com devido apoio mostram resultados. Na França, em número de medalhas, ficamos atrás apenas de China e Estados Unidos, que também dominam o cenário olímpico, e da Grã-Bretanha, berço dos esportes paralímpicos. Quarta colocada, pelo número de ouros, a Holanda subiu menos vezes no pódio.
E fazer essa comparação, algo típico do Brasil, não levará a nada. Não irá agregar nem para os olímpicos e tampouco para os paralímpicos. A lição maior é que o esporte é a maior ferramenta de inclusão do mundo. Nele, todos são iguais. Portanto, evitem comparar e, sim, ressaltem os feitos de todos os atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris-2024.
Os dois eventos estão encerrados e um novo ciclo já está em andamento. O foco é Los Angeles-2028. Mas até lá uma longa caminhada se apresenta, e é necessário apoiar, divulgar, incentivar a prática esportiva. De preferência massificar. Todos irão ganhar, não apenas os atletas, que não podem ser lembrados apenas a cada quatro anos.
A comparação de resultados não vai agregar. Mas é dever debater políticas de inclusão através do esporte, que tem de iniciar ainda nas escolas. Equipamentos esportivos adequados e acessíveis a todos e com acessibilidade não podem ser tratados como algo incomum. Projetos sociais precisam ganhar apoio, independentemente de revelar atletas para o rendimento.
Carol Santiago, Gabriel Santos, Ricardinho, Jerusa Geber, Talisson Glock, Alana Maldonado, Beatriz Souza, Hugo Calderano, Rosamaria, Rayssa Leal, Julia Soares e tantos outros nomes merecem atenção diária. Eles são exemplos para gerações. E é através deles que podemos nos tornar uma sociedade melhor.