Nas 272 páginas de Dody Sirena: Os Bastidores do Show Business (Matrix Editora, R$ 69), a jornalista Léa Penteado revela detalhes das mais de quatro décadas que o empresário gaúcho, natural de Caxias do Sul, dedicou à produção de shows e eventos. O livro foi lançado em 15 de maio, em São Paulo. O lançamento em Porto Alegre, que ocorreria em 13 de maio, foi cancelado por causa das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul.
Dody Sirena é conhecido por ser um dos principais impulsionadores do mercado de entretenimento no Brasil, se envolvendo diretamente nas negociações e produções que trouxeram ao país nomes como Michael Jackson (1958 — 2009), Van Halen, Guns N' Roses, Rod Stewart e David Copperfield.
Para quem curte os bastidores do entretenimento, o livro de Léa Penteado é um prato cheio: a obra revisita a jornada do empresário desde as origens humildes, no interior do Rio Grande do Sul, passa pela fundação da DC Set (ao lado do amigo Cicão Chies) e chega a momentos emblemáticos, como o relação profissional de 30 anos com Roberto Carlos. Sob sua tutela, o Rei cantou para mais de 12 milhões de pessoas em mais de 1.400 espetáculos.
Ao descrever as dificuldades em meio aos êxitos, Léa resgata "causos". Entre os relatos, estão a tentativa falha de trazer a banda Queen para o estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, em 1981, a primeira passagem de Michael Jackson pelo Brasil, em 1993, que quase escapou das mãos da DC Set por conta de uma iniciativa de Xuxa, e as idas e vindas da relação com o cantor espanhol Julio Iglesias, de quem se tornou representante legal no Brasil.
A biografia conta também os bastidores do show que Roberto Carlos faria com Luciano Pavarotti (1935 — 2007), em Minas Gerais, em 2006. Na ocasião, Dody enviou um avião para buscar o tenor italiano em Barbados, na América Central, mas Pavarotti, que passava mal na ocasião, pediu que o voo, em vez de voltar ao Brasil, fosse direcionado para Nova York, nos Estados Unidos. O tenor foi diagnosticado com um tumor maligno no pâncreas, teve que encerrar sua carreira naquele momento e morreu um ano depois.
