Família É Tudo estreia nesta segunda-feira (4) e vai contar a história de Frida Mancini (Arlete Salles), uma mulher que sonha em ver seus cinco netos vivendo em harmonia. A história — criada e escrita por Daniel Ortiz com direção artística de Fred Mayrink — orbitará pelas alegrias, aventuras e conflitos que marcam as relações familiares.
A gaúcha Grace Gianoukas, natural de Rio Grande, viverá Leda Mancini na nova novela das sete, executiva da gravadora Mancini Music e mãe de Júpiter (Thiago Martins), um dos netos de Frida. Tem pavor do comportamento mulherengo do filho e torce para que ele se encante por alguém completamente fora dos padrões de beleza. Confira a entrevista exclusiva com Grace, que conta detalhes de sua nova personagem na TV.
Vai ser interessante essa discussão sobre padrões de beleza na novela, né?
A Leda é uma personagem que vai trazer essa quebra de padrões. O tempo inteiro vai insistir com o filho, que tem namoradas lindas, mas interesseiras, que ele precisa procurar — para ser feliz — mulheres que quebrem esse lugar óbvio dos padrões de beleza e que tenham outros tipos de preocupações, que não status, glamour e luxo. Leda se esforça muito para que o filho possa valorizar o que ela tem como preceitos, que são a família, a ética, o respeito. Eu acho que a beleza e a riqueza são alguns dos piores carmas, porque enquanto você tem isso, as portas se abrem naturalmente. Mas quando a beleza, o vigor da juventude e o dinheiro se vão, nenhuma porta mais se abre se não houver conteúdo. Aí você acaba se tornando um adulto infantilizado se não aprende isso. Então, ela insiste para que o Júpiter amadureça, para ver a realidade, porque nem tudo é beleza, nem tudo é invólucro.
A temática me parece um pouco complexa para uma trama da sete, que normalmente tem um enredo mais divertido, mais leve. Como está dosando essa interpretação?
Olha, ainda estou no início das gravações. É uma personagem difícil para mim, porque ela é recatada, é uma executiva fina, uma mulher rica que valoriza a família tradicional. Por outro lado, como veio de um casamento que não deu certo, é um pouco magoada. Ela sofre muito, é bem diferente da minha maneira expansiva de ser, o que é um desafio. O que estou tentando desenvolver é justamente essa dualidade: é apaixonada pelo filho, mas quer deixar de ser tão maternal para fazer esse filho crescer. Ela deixa o lado maternal para a Marieta, personagem da Cristina Pereira, que foi babá do Júpiter. Ela tenta ser a mãe durona, mas é claro que fica em conflito, porque o filho é encantador.
Já tinha trabalhado com alguém do elenco da novela?
Primeiramente, Daniel Ortiz (autor) e Fred Mayrink (diretor artístico). Quando eles me chamam, eu vou de olhos fechados, adoro trabalhar com os dois. Confio no trabalho deles. Também já trabalhei muito com a Cristina Pereira. Fiz com ela agora o filme da Anna Muylaer, O Clube das Mulheres de Negócios, que deve estrear no Rio Grande do Sul no próximo Festival de Cinema de Gramado.
Quem está sendo uma grata surpresa neste trabalho?
Thiago Martins é um menino que eu acompanha há muito tempo. Eu adoro esse menino, que é de um talento e de uma verdade que me impressionam. É uma bênção poder trocar com ele, reunir as nossas vivências para deixar esses personagens surgirem. O Thiago é um talento de babar: adorei os trabalhos dele em Pega-Pega (2017), em Amor de Mãe (2019), nos filmes. Estou muito feliz de trabalhar com ele, ser mãe dele então... Nossa!