Depois do ato realizado pelo Movimento SOS Agro na manhã desta quinta-feira (8), na Casa do Gaúcho, em Porto Alegre, produtores rurais deram início, às 15h50min, a uma passeata até a Superintendência do Ministério da Agricultura, na Avenida Loureiro da Silva. O objetivo foi fazer entrega simbólica de uma carta com demandas do setor rural. Tratores e pessoas em cavalos puxaram o ato.
Os produtores cobram mais celeridade e robustez nas medidas para recuperação do agronegócio, afetado pela série de eventos climáticos extremos que atingiu o Rio Grande do Sul — em setembro e novembro do ano passado e em maio deste ano.
Eles reivindicam que a a medida provisória (MP) publicada em 31 de julho não atende às demandas do setor, além de ser burocrática. Ao chegar na superintendência, a carta foi protocolada para envio a Brasília.
Muitos produtores apontam que as dívidas se acumulam há pelo menos dois anos, em razão das seguidas estiagens, e se agravaram com as enchentes do fim do ano passado e do último maio. É o caso do agricultor João Oscar Kaufmann, 58 anos, de Tunas:
— Estamos vendo se conseguimos prazo para poder fazer o pagamento de nossas dívidas que estão altas. Já viemos dois anos com frustração de safra. Antes, seca, e agora excesso de chuva. Estamos pleiteando junto ao governo federal que nos dê 15 anos para normalizar. Perdemos muito solo bom e isso acarreta na dificuldade de novos plantios e nova produção — explica o produtor.
Procurado, o Ministério da Agricultura e Pecuária afirmou que, em conversa com a imprensa na última terça-feira (6), o titular da pasta, Carlos Fávaro, disse que "considera a mobilização legítima" e que o "governo federal está apto e aberto para melhorar a medidas tomadas e acredita no poder do diálogo" (veja abaixo a íntegra do posicionamento).
Dia de manifestações
Na manhã desta quinta, um ato com participação de mais de 3 mil produtores foi realizado na Casa do Gaúcho, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Representantes de entidades, o governador Eduardo Leite, o vice-governador Gabriel Souza e outras autoridades estiveram presentes.
Complementar ao encontro, desde o início da manhã aproximadamente 400 veículos agrícolas foram dispostos na Avenida Edvaldo Pereira Paiva em um “tratoraço” que chamou atenção de quem transitava pela Capital.
O que diz o Ministério da Agricultura e Pecuária
"O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou em conversa com a imprensa na última terça-feira (6/8) que considera a mobilização legítima. Também exaltou o fato de vivemos em uma democracia e a sociedade tem liberdade para manifestações. Ainda, segundo Fávaro, o Governo Federal está apto e aberto para melhorar a medidas tomadas e acredita no poder do diálogo."