Marcada para esta sexta-feira, mobilização de produtores de arroz em Cachoeira do Sul, na Região Central, irá colocar em discussão o momento vivido pelo setor. Para os organizadores, há uma "falência da lavoura" - e, consequentemente, dos produtores.
Custos em alta, falta de crédito para pré-custeio, preços em queda e dificuldades logísticas nas exportações estariam colocando agricultores do Estado em dificuldades financeiras.
- O pessoal liga perguntando: "o que faço? Pago o banco ou os fornecedores de insumos?". Estamos vendendo a saca de arrroz entre R$ 28 e R$ 32, mas o custo foi de R$ 43 - afirma Ademar Kochenborger, presidente da União Central de Rizicultores.
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Cerca de 500 pessoas são esperadas para o debate desta sexta. Kochenborger diz que mandou convite "do vereador à presidente da República". Ele também cobra maior atuação das entidades:
- Toda minha família trabalha no arroz e, mesmo assim, não estamos conseguindo sobreviver.
Reconhecendo que o arroz passa por "um momento diferente dos últimos três anos", Francisco Schardong, presidente da Comissão de Arroz da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e da Câmara Setorial do Arroz não concorda, no entanto, com o rótulo de falência. E entende que isso prejudica ainda mais a venda.
Na próxima segunda-feira, a entidade terá reunião com os sindicatos rurais. Schardong esteve recentemente em Brasília, onde encaminhou solicitações do setor. Uma era liberação de crédito para produtores e indústria:
- As empresas não estão indo para o mercado comprar arroz.
Por outro lado, a falta de recursos para o pré-custeio forçou o produtor a vender para conseguir fazer caixa. Diretor-executivo da Federarroz, Anderson Belloli avalia que este é um momento delicado, de atenção.
A entidade solicitou a prorrogação de financiamentos que vencem na metade do ano.
- Houve alta dos custos, em energia elétrica e combustível. E há queda no valor de mercado nos últimos meses - completa Belloli.