O leite produzido no Estado voltou às manchetes, por conta de problemas detectados no caminho antes de chegar à indústria. Do ponto de vista do consumidor, o impacto neste momento é da falta de referência.
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Entenda como o álcool etílico foi parar no leite das cooperativas
Ministério diz que só pode haver álcool no leite se for intencional
Desde que o Ministério Público Estadual (MPE) iniciou as ações da Leite Compen$ado, no ano passado, as cooperativas viraram sinônimo de confiança por não estarem incluídas nas fraudes apuradas. Com um controle maior do processo e tendo os produtores como "donos" do negócio, passaram ao largo do problema.
Informalmente, as marcas das 11 unidades de cooperativas que processam 6,3 milhões de litros de leite por dia no Estado - 63% do total - eram citadas como confiáveis. É sobre esse conceito de porto seguro que as descobertas recentes têm efeito.
Do ponto de vista técnico, existe diferença entre as ações do MPE, que verificaram fraudes sistemáticas e continuadas, confirmadas por testes laboratoriais e escutas telefônicas, e o problema apontado nos postos de refrigeração da Piá e da Santa Clara. Do ponto de vista do consumidor, vira uma coisa só.
- Há um impacto negativo forte, comercialmente falando, na imagem do produto - avalia Jorge Rodrigues, presidente da Comissão do Leite da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
O caminho para resgatar a confiança passa, necessariamente, pela transparência das informações. As cooperativas afirmam que exames realizados não apontaram nenhum problema.
- É um caso único e isolado. Resta às cooperativas esclarecer e mostrar o que houve - afirma Vergilio Perius, presidente do sistema Ocergs/Sescoop.