As notícias sobre a criação do Instituto Gaúcho do Leite (IGL) têm mexido com aqueles que são os personagens principais do setor: os produtores. Morador de Esteio e com propriedade familiar de 70 hectares em André da Rocha, na Serra, João Luiz Christianetti quer entender que tipo de impacto terá a entidade. A preocupação dele está focada no filho, um jovem de 22 anos que optou por se dedicar à atividade.
- Que benefício trará tal instituto principalmente para que jovens da idade do meu filho se interessem em permanecer no campo? - questionou em e-mail enviado ao Informe Rural.
Na prática, ele quer saber se haverá acompanhamento "mais de perto", cursos de capacitação, enfim, qual o papel que o IGL terá no dia a dia das mais de 120 mil famílias envolvidas na produção leiteira do Estado.
Consultor da Câmara Setorial do Leite da Secretaria da Agricultura, Ardêmio Heineck garante que o grande foco do IGL "é o produtor". Assistência técnica, treinamento e acesso a novas tecnologias de processos de produção e de equipamentos estão entre as aplicações práticas da entidade. Além de programas direcionados aos jovens, como já vêm fazendo cooperativas, com o objetivo de incentivá-los a permanecer no campo.
Uma das propostas existentes é a criação de escolas itinerantes. A ideia é levar cursos, com duração de 10 meses, para grupos de 40 produtores. Em cada mês, um módulo, com assunto diferente - e pelo menos uma aula mensal em uma propriedade considerada modelo.
- Todas as ações serão pautadas pelo Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Prodeleite). Junto com o Fundoleite e o IGL formam a trilogia do leite - explica Heineck.
Presidente do IGL, Gilberto Piccinini reforça que a assistência técnica terá grande ênfase - e esse trabalho poderá ser feito por meio de convênios com entidades que hoje já atuam nessa área. Um plano de trabalho será montado e a projeção é de que as ações possam começar a sair do papel até o final do ano. Produtores certamente aguardam ansiosos por isso.