Que o apetite da China por produtos brasileiros é grande, não há dúvidas. Mas o Brasil quer consolidar sua fatia neste bilionário mercado. É por isso que uma das muitas atribuições da missão que está em viagem ao país asiático é tentar derrubar a barreira - que ainda persiste - à venda de carne bovina.
Desde o ano passado, quando foi tornado público um caso não clássico de vaca louca registrado no Paraná em 2010, os chineses impuseram um embargo temporário ao produto brasileiro. E apesar da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter reiterado o status brasileiro de risco insignificante para a doença, a China não reviu sua decisão.
É por isso que o encontro do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, com o ministro da Agência de Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, Zhi Shuping, que ocorre nesta quinta-feira, traz expectativas ao setor. É esse órgão que tem poder para liberar a suspensão. Sabe-se que o assunto está na pauta da missão, da qual também faz parte o vice-presidente brasileiro, Michel Temer.
- A China é um parceiro a ser considerado - afirma Antonio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Ainda que alguns embargos persistam, as exportações brasileiras de carne devem fechar o ano com receita superior a US$ 6 bilhões. Aliás, nosso maior comprador no acumulado entre janeiro e setembro foi Hong Kong. A movimentação indica que nosso produto pode estar chegando à mesa chinesa por outro caminho. Camardelli rechaça a ideia e diz que o avanço da região administrativa especial da China é gradual e se deve a uma mudança no perfil de compra, com a inclusão de itens de maior valor.
Quem sabe agora a liberação da China possa vir. Na bagagem, a missão já acumula o crédito de um acordo fechado nesta quarta-feira para a exportação de milho.