O mais importante órgão mundial do setor avícola se reúne na Suíça, na quinta-feira, tendo como principal representante brasileiro um gaúcho. Vice-presidente do International Poultry Council (IPC), que promove o encontro, Ricardo Santin é diretor de Mercado da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e avalia que o clima do encontro em Genebra é positivo. Sem a seca que devastou a produção de milho norte-americano no ciclo 2012/13 , os Estados Unidos agora voltaram a ter expectativas de uma boa colheita neste ano. Assim, os preços e a oferta do principal insumo do setor devem se manter estáveis, espera Santin, ao contrário do que ocorreu neste ano.
- O produtor de frango precisa de estabilidade, de preços e de oferta do grão. Esse retorno da boa safra americana no milho pode não ser boa para o produtor do grão do Brasil, mas os preços estão um patamar que considero equilibrado, em uma cotação razoável para o agricultor brasileiro e não tão elevada para o avicultor - avalia o executivo.
Também estará em discussão na Suíça o chamado abate humanitário dos animais. Santin explica que o foco é evitar ao máximo o sofrimento das aves tanto na hora do abate quanto ao longo da criação. O tema é um dos focos do IPC nos últimos anos e deve ganhar ainda mais peso a partir de agora, avalia. E Santin fala com domínio de causa: o instituto mundial deverá ser presidido por ele daqui a um ano e meio. Tradicionalmente, é o vice que assume o comando da entidade. Quem deve passar o bastão ao gaúcho é o atual presidente do IPC, o norte-americano Jim Sumner. A troca de comando Estados Unidos/Brasil faz sentido. Enquanto os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de frango, o Brasil é o maior exportador da carne.
- No mundo, são 105 milhões de toneladas de frango consumidas anualmente, com perspectiva de crescimento entre 2% e 3 % no próximo ano - avalia Santin, advogado e cientista político nascido em Marau, assim como o presidente da Ubabef, Francisco Turra.