Fundamental para a produção de aves e suínos, o milho tem sido, reiteradamente, um problema para a indústria gaúcha. Nossa demanda é superior à colheita no Estado, o que nos força a buscar o produto em outros pontos do país. No ano passado, a quebra da produção causada pela seca agravou ainda mais a situação, causando uma grave crise.
Neste ano, a safra foi boa, mas ainda assim serão necessárias entre 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas de outros Estados para atender a necessidade. O problema é que essa equação traz um custo adicional, sobretudo com o valor a ser pago pelo frete. Para trazer milho de Mato Grosso, paga-se de R$ 16 a R$ 18 pelo transporte - mais do que o valor da própria saca comprada por lá.
Segundo a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a alta no custo de produção de aves nos últimos seis meses aqui no Estado fica entre 15% e 20%. Conforme José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da entidade, com esse impacto, não há como não repassar a diferença para o consumidor.
Preocupados com esse cenário, Asgav, Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado, Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips) e Associação Sul Brasileira da Indústria de Produtos Suínos estão solicitando ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, que o Rio Grande do Sul seja incluído nos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) - até agora isso ocorreu em apenas uma oportunidade, quando foram ofertadas 550 mil toneladas. A iniciativa ajuda a viabilizar a chegada do produto.
- Estamos avançando para um período em que a oferta do suprimento fica mais ajustada - alerta Rogério Kerber, diretor-executivo do Sips.