Com diretores entregando cargos, restrição de recursos e protestos de fiscais espalhados pelo país, é inegável que a estrutura do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) e do Ministério da Agricultura está com problemas. Situação que deve ficar mais exposta a partir desta segunda-feira, quando a assembleia da Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa) decidirá se faz ou não greve de cinco dias a partir do dia 16.
A Anffa propõe que chefias do Lanagro em todo o país entreguem os cargos, como já fizeram quatro gaúchos, entres eles Aguinaldo Parussolo, coordenador do laboratório, que pediram exoneração na semana passada.
- Coordenadores do Ceará e do Amazonas já sinalizaram que entregarão os cargos. Queremos o fim do apadrinhamento e do contingenciamento de recursos - diz o delegado sindical João Becker.
Por apadrinhamento político. refere-se às nomeações de Flávio Braile Turquino para o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal e do advogado Rodrigo Figueiredo para o cargo de secretário de Defesa Agropecuária. Já a restrição de recursos se refere ao dinheiro que deveria ser do ministério e que a Anffa afirma não estar sendo liberado, como pagamento de viagens dos fiscais. O descaso com a fiscalização também apontado por empresas.
- Sabemos de casos em que os fiscais têm viajado com dinheiro próprio, para que o trabalho não seja interrompido, porque o recurso para isso não está sendo liberado - conta Ricardo Santin, diretor de mercados da União Brasileira de Avicultura.
Assessor técnico da Farsul, Luiz Alberto Pitta explica que deficiências no Lanagro podem prejudicar produtores, indústria, consumidores e exportações, já que a fiscalização interfere no fluxo e na qualidade da produção agrícola:
- A entrega de cargos de chefia, como está ocorrendo, não afeta o trabalho. Novos nomes serão escolhidos. O que fica é um claro alerta de que temos problemas na área.