Outubro marca um período importante para o agronegócio brasileiro. É nesse mês que os produtores dão início às culturas de verão, que precisam ser realizadas durante a época mais quente e luminosa do ano. No Rio Grande do Sul, são explorados cultivos como soja, milho e feijão.
Assim como outras espécies de plantas, as culturas de verão necessitam de uma série de cuidados especiais. Por isso, iniciativas como o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece acompanhamento técnico para que o produtor consiga explorar todo o potencial das plantações e garantir o máximo retorno econômico, são tão importantes para os negócios locais.
Atualmente, a ATeG auxilia cerca de 3,8 mil produtores no Rio Grande do Sul. Alexandre Prado, coordenador do departamento de Assistência Técnica e Gerencial, explica que a iniciativa abrange diferentes segmentos produtivos, como agricultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, ovinocultura, apicultura, aquicultura, fruticultura e agroindústria. A expectativa é a de que, em breve, também se contemplem grupos de avicultura, olericultura e suinocultura em cidades gaúchas.
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Planejamento das culturas de verão
Os agentes técnicos que auxiliam os produtores desenvolvem estratégias personalizadas e acompanham todo o processo produtivo, desde o preparo do solo e a semeadura até o período da colheita. Para garantir que tudo seja feito da melhor forma possível, o trabalho envolve uma série de etapas importantes.
– Primeiramente, é necessário identificar os pontos fortes, que são o alicerce da propriedade, e os fracos, que precisam ser melhorados. A partir disso, são sugeridas metas e os principais objetivos a serem traçados para que elas possam ser alcançadas – explica o engenheiro agrônomo e técnico de campo ATeG, Charles Luís Schons.
De acordo com o especialista, as orientações, no entanto, vão além do ponto de vista técnico produtivo. Há foco na gestão da propriedade, buscando identificar, por meio do controle das entradas e saídas de recursos, quais melhorias podem ser feitas e o tempo em que isso será possível sem comprometer a renda do negócio.
A boa distribuição das sementes e a proteção das plantas também são pontos importantes para explorar todo o potencial das culturas de verão. Leonardo Felipe Restelatto, engenheiro agrônomo e técnico de campo ATeG, conta que vale a pena levar em consideração uma frase famosa entre os produtores: “nascer bem é meio caminho andado”.
– Com isso em mente, todas as práticas usadas devem ser executadas com o maior capricho possível. Para produzir bem, não basta contar apenas com a sorte. Precisamos dar condição à planta, para que ela possa passar por todos os estádios fenológicos com alta capacidade produtiva – afirma Restelatto.
Para isso, ainda de acordo com o engenheiro agrônomo, deve-se olhar para fatores como correção do solo, controle de plantas daninhas e boa cobertura do solo. Isso sem contar nutrição equilibrada e realização de todos os tratos fitossanitários adequados para proteção.
Por último, é necessário estar sempre atento ao manejo do solo – outro ponto essencial do processo. Segundo Schons, o sucesso em um empreendimento agrícola é gerado a partir de três pilares que dão sustentação para que o solo esteja “saudável”: propriedades físicas, químicas e biológicas.
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Mais lucro e produtividade
Matias Vincensi, proprietário da Agropecuária Vincensi, em Pejuçara (RS), conta que o acompanhamento das atividades por profissionais especializados é indispensável tanto nas culturas de verão como nas de inverno. Esse recurso dá apoio à tomada de decisões agronômicas.
– O auxílio da ATeG passa por pontos como escolha do cultivar, época de semeadura, população de plantas, interpretação de análise de solo para escolher uma boa adubação, regulagem de máquinas, correção de solo e muito mais. São dúvidas que ficam facilmente esclarecidas quando se tem um acompanhamento técnico – destaca o produtor.
Contemplado pelo ATeG há aproximadamente um ano, o produtor Elair Bachi aposta nas culturas de verão com plantações de soja em Paim Filho (RS). Para ele, os empreendedores da área não têm conhecimento técnico suficiente para gerir propriedades sozinhos. Por isso, a iniciativa oferecida pelo Senar é capaz de fazer a diferença na vida desses empresários.
– A ajuda do técnico é extremamente importante para o negócio. Ele acompanha a questão de depreciação de máquinas, o custo de lavoura, o armazenamento de notas e outros pontos importantes. A partir disso, dá para analisar se houve lucro ou prejuízo em cada lavoura. Com base nessas informações, é possível se organizar para o ano seguinte, ajustando o que está errado e dando sequência ao que já está certo – finaliza o produtor.