O mês de junho deverá seguir o padrão esperado para o primeiro mês de inverno, marcado para iniciar no dia 21: temperaturas dentro da média, nevoeiros e chuva regular. Geadas e temperaturas negativas devem ficar para o mês de julho. Já a chuva ficará dentro da média climatológica esperada para junho.
A temperatura média histórica do Rio Grande do Sul durante o mês de junho fica entre 12°C e 14°C. Segundo a professora de meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Eliana Klering, neste ano, a maioria das regiões do Estado terão temperaturas dentro do esperado, diferentemente de 2022. Na Região Sul, próxima à Lagoa dos Patos, os termômetros podem marcar temperaturas acima da média.
— Na Fronteira Oeste, as temperaturas também serão uns 0,6°C acima da média. Já na Região da Campanha, próximo de Bagé, a tendência é de temperaturas abaixo da média esperada para o mês. Essa é a região do Estado que sentirá frio mais intenso durante o mês — afirma a professora.
Quanto a geadas e temperaturas negativas, Eliana garante que não há com o que se preocupar. Esses marcos do inverno gaúcho serão mais presentes nos meses de julho e agosto. Isso não significa, porém, que não fará frio de bater o queixo no Rio Grande do Sul. A temperatura pode diminuir consideravelmente durante a passagem de algumas frentes frias.
— O Rio Grande do Sul é a porta de entrada das frentes frias e das massas de ar frio. Por isso, os gaúchos sentem o soco primeiro e mais forte. A queda da temperatura quase sempre ocorre primeiro e mais intensamente no RS — explica a meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim. Segundo o instituto de meteorologia, três frentes frias importantes podem passar sobre o Brasil durante o mês de junho.
Em Porto Alegre, a média climatológica de temperatura é 14,8°C. Na Capital e na maioria das cidades da Região Metropolitana, os termômetros podem registrar temperaturas um pouco acima dos 15°C.
Chuva na média e nevoeiros
Assim como a temperatura, a chuva no Rio Grande do Sul durante o mês de junho deve se manter dentro da média esperada. Eliana afirma que a média esperada de precipitação no primeiro mês de inverno varia entre 100 e 140 milímetros.
— Em algumas regiões pode chover mais, em outras menos. É um gradiente que aumenta de sul para norte, ou seja, cidades do norte do Estado podem ter precipitação maior que cidades do Sul. Neste mês, vai ser entre 100 e 140 milímetros em todas as regiões com exceção da Fronteira Oeste, onde deve chover algo entre 60 e 80 milímetros — pontua a meteorologista da UFPel. Em Porto Alegre, a média de chuva esperada é de 130 milímetros.
Além da chuva dentro da média, os nevoeiros devem marcar o mês de junho. A condição esteve bastante presente no mês de maio, atrapalhando, inclusive, a rotina dos aeroportos do Estado. Segundo Eliana, o mês de junho é propício para isso.
El Niño
O fenômeno climático El Niño tem grande probabilidade de começar neste inverno e trazer chuvas intensas e calor para o Rio Grande do Sul a partir da primavera. O fenômeno é caracterizado por semanas de temperaturas a 0,5°C acima da média para o Oceano Pacífico equatorial, enquanto o La Niña, que vigorou nos últimos três anos e causou estiagem no RS, é -0,5°C abaixo desse índice.
O meteorologista Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que a formação do El Niño pode trazer eventos de frio intenso para o final do mês de junho e para o mês de julho. Já para agosto, o fenômeno deve trazer muita chuva para o Rio Grande do Sul.
— Entre agosto e setembro, fará calor e, entre outubro e novembro, pode voltar a esfriar. A chuva deve permanecer no Estado durante os meses de agosto, setembro e outubro — pontua.