O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, informou nesta segunda-feira (21) que o governo federal ofereceu custear diárias de bombeiros militares que se deslocaram para o Mato Grosso e para o Mato Grosso de Sul a fim de atuar no combate ao incêndio no Pantanal. A pasta ainda avalia a necessidade de envio da Força Nacional.
O ministro disse ter conversado com os governadores Mauro Mendes (MT), que pediu ajuda da Força Nacional, e Reinaldo Azambuja (MS), no sábado (19). Segundo nota divulgada nesta segunda, o governo "realiza levantamento nos dois Estados para entender a real necessidade" do efetivo para atuar na região.
O ministério disse também estar em contato com outros Estados para verificar se é possível enviar mais militares para atuar no combate ao fogo. Segundo a nota, "além de custear as diárias, a pasta poderá oferecer apoio logístico às unidades que disponibilizarão os profissionais".
Diante da lentidão do governo em relação à destruição causados pelo fogo, voluntários tomaram a linha de frente na defesa do bioma e dos animais. As queimadas já atingiram 15% da área do Pantanal.
Na semana passada, o governo mandou o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, a Mato Grosso para anunciar recursos. Ao todo, a pasta liberou R$ 13,9 milhões para o enfrentamento das queimadas. De acordo com o Ministério da Defesa, as Forças Armadas coordenam operação de combate aos incêndios que emprega, neste momento, 542 profissionais.
No domingo (20), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes usou sua conta no Twitter para criticar a situação.
"As queimadas no Pantanal representam um risco crítico ao bioma. Animais estão morrendo. Milhares de famílias que sobrevivem do Rio Paraguai, que já atingiu seu menor nível em 50 anos, estão em risco", escreveu. Para Mendes, é preciso reverter o quadro "de descaso pela política ambiental".
O STF convocou para esta segunda-feira uma audiência pública para debater a crise ambiental no Brasil e as medidas contra as mudanças climáticas do planeta. A primeira sessão estava marcada para começar às 9h. Durante as sessões, que terminam às 18h de terça-feira (22), serão ouvidos representantes da sociedade civil, ministros e autoridades do governo, professores especialistas, ambientalistas, economistas, banqueiros e representantes do agronegócio no Brasil. O relator é o ministro Luís Roberto Barroso.