O forte calor, combinado com uma massa de ar seco, está deixando o Rio Grande do Sul em situação de atenção a respeito da baixa umidade relativa do ar nos últimos dias. Pelo menos até quinta-feira (12), quando uma frente fria chuvosa chega ao Estado, a maioria dos municípios pode registrar umidade abaixo de 30%, índice considerado de atenção, por oferecer riscos à saúde.
Nesta terça-feira (10), grande parte das estações meteorológicas apontou um índice de umidade relativa inferior a 30%. Segundo a Somar Meteorologia, os registros mais extremos foram de 12% em Campo Bom, no Vale do Sinos, e de 14% em Canguçu, na Região Sul. Em Porto Alegre, o menor nível registrado foi de 34%.
A previsão para esta quarta-feira (11) é de condição climática bastante semelhante à de terça, com altas temperaturas e sequidão. Com exceção dos municípios da faixa litorânea, que são mais úmidos, por conta da proximidade com o oceano, em boa parte das cidades do Estado são esperados registros abaixo de 20%, como Porto Alegre (15%), Pelotas (14%), Santa Rosa (12%), Bagé (12%) e Santa Maria (12%).
— É importante salientar que o valor pode ser exato neste tipo de previsão, mas ele indica uma tendência. Com esses números, pode-se dizer que a maioria do Rio Grande do Sul estará em Estado de Atenção quanto à umidade — explica a meteorologista Andressa Lorena, da Somar.
Cuidados com a saúde
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade do ar abaixo dos 30% pode trazer riscos à saúde. O ideal é que ela fique entre 50% e 80%. Por isso, quando está na faixa do Estado de Atenção (entenda mais abaixo), é possível que as pessoas apresentem falta de ar, irritação nos olhos e ressecamento do nariz, da garganta e da pele.
A irritação dos tecidos que formam o sistema respiratório, causada pela baixa umidade do ar, pode causar crises de bronquite, rinite, sinusite, faringite e, até mesmo, conjuntivite. Crianças, idosos e quem já tem alguma doença respiratória crônica fazem parte do grupo considerado mais suscetível a complicações.
Nessas situações, é recomendado tomar alguns cuidados, como ingerir bastante líquido e evitar exposição ao sol e atividades físicas ao ar livre, principalmente nas horas mais quentes do dia, entre 10h e 16h.
Classificação dos estados de criticidade
Veja outros cuidados, a partir da escala feita pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade de Campinas (Unicamp).
Cuidados a serem tomados entre 21% e 30% - Estado de Atenção
- Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h
- Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins etc.
- Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas etc.
- Consumir água à vontade
Cuidados a serem tomados entre 12% e 20% - Estado de Alerta
- Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h
- Evitar aglomerações em ambientes fechados
- Usar soro fisiológico para olhos e narinas
Cuidados a serem tomados abaixo de 12% - Estado de Emergência
- Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc.
- Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados, como aulas, cinemas etc., entre 10h e 16h
- Durante as tardes, manter úmidos os ambientes internos, principalmente quartos de crianças, hospitais etc.