Ao mesmo tempo em que tenta entender o que aconteceu, a família de Cassiel Gass do Bomfim, quatro anos, também luta para superar a perda. Na última segunda-feira (21), o menino morreu após ser atropelado em frente à casa da tia em Montenegro, no Vale do Caí.
Na memória da mãe Débora Cardoso, 23 anos, as lembranças do filho ajudam a aliviar um pouco da saudade. O garoto faria cinco anos no próximo domingo (27).
— Eu estou destruída, era meu filho. Mas sei que onde ele estiver, vai estar sorrindo. Sei que um dia vamos nos encontrar de novo.
Apaixonado por dinossauros e carinhoso com a família, o menino morava em uma chácara com os pais e o irmão mais novo, de dois anos.
Na segunda-feira, tinha ido visitar a tia, que mora às margens da RS-124. Por volta das 18h30min, ele brincava com o irmão e o primo no pátio da casa, quando saiu correndo, passou pelo portão da residência e acabou na rodovia.
— A gente estava no portão, conversando. Quando ele saiu correndo, eu corri atrás, mas não deu tempo. Não deu tempo... Quando cheguei até ele, estava no chão, desacordado e machucado. Eu só corri com ele para o carro do meu pai e levamos para o hospital. Entreguei ele para o médico, desesperada — relatou.
Depois de algumas horas de espera, Débora recebeu a notícia de que o filho não resistiu.
— Era o começo da vida dele, e agora nunca mais vou ver meu filho. Vivia alegre, feliz, era carinhoso, nos dava beijo, abraço — lembrou Débora. — É muito triste, mas não culpo ninguém, foi uma fatalidade, talvez fosse a hora dele. Deus deu a vida a ele e só Deus sabe a hora de cada um aqui — finalizou.
Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), Cassiel atravessou a estrada correndo no bairro Porto dos Pereiras, no km 17 da rodovia. Ele foi atingido por um Chevrolet Onix que passava pelo trecho. Segundo a polícia, a condutora do carro realizou teste do bafômetro, que deu negativo, e foi liberada. O caso será investigado pela delegacia de Montenegro.
— Nós ainda iremos avaliar o que for levantado pela perícia. Mas, nesse primeiro momento, nos parece se tratar de um acidente, não há elementos que indiquem outra linha — afirma o delegado substituto da 1ª Delegacia de Polícia do município, Paulo Ricardo Costa.
Junto de familiares e amigos, o enterro e o velório do garoto ocorreram em Montenegro.