Aguardando em frente à porta do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Lages, o caminhoneiro Alexandro Antunes se dividia entre duas dores: ajudar no reconhecimento da sobrinha Natália Anhaia da Silva, de 15 anos, morta no acidente que tirou a vida de nove pessoas neste domingo, em Alfredo Wagner; e fazer companhia para a filha de 17 anos, que está internada no Hospital Regional de São José e não teve o nome revelado.
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As duas eram vizinhas e viajavam juntas para Florianópolis, onde aproveitariam o resto das férias. Natália saiu de Soledade (RS) e ficaria na casa da prima, na capital catarinense. Ela foi de sua cidade natal a Passo Fundo, onde embarcou num ônibus para SC. Seria a primeira vez que ela visitaria Florianópolis.
- É muito mais difícil quando é uma pessoa tão nova, né? Ela nunca fez festa, nunca viajou, não aproveitou a vida porque não deu tempo - lamenta o tio Antunes.
A família foi informada do acidente pela empresa Reunidas por volta das 9h. Após descobrir que a filha ainda estava internada, mas que não corria riscos mais sérios, seguiu a Lages para fazer o reconhecimento da sobrinha.
O pai e a mãe de Natália, explica Alexandro, ficaram em Soledade, para onde o corpo da filha será levado ainda na noite deste domingo. Eles estão abalados e não se sentiram bem para dirigir a Lages.
- Sei que minha sobrinha não volta, mas será que não é hora de as empresas fazerem outra rota que não passe por este ponto? Quantos acidentes precisa ter ali antes? Sou caminhoneiro, passo ali o tempo inteiro e sei o quanto o lugar é perigoso.
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Entenda o acidente:
Veja, em vídeo, como ficou o ônibus:
Veja imagens do acidente:
Veja no mapa o local que o ônibus caiu da ribanceira: