O Congresso Mundial de Telefonia Móvel (MWC Mobile World Congress) com início nesta segunda-feira (26), em Barcelona, tem a Inteligência Artificial (IA) como grande protagonista. Quase 95 mil profissionais devem participar do evento durante quatro dias, segundo a associação mundial de operadores de telecomunicações (GSMA, sigla em inglês), que organiza a atividade desde 2006 na capital catalã.
Segundo a entidade, que reúne quase 750 operadoras e fabricantes, esta edição contará com 2,4 mil expositores, além de 1,1 mil palestrantes –entre eles, o presidente da Microsoft, Brad Smith, e o CEO e fundador da Dell, Michael Dell.
Entre as empresas presentes destacam-se as gigantes das telecomunicações Samsung, Xiaomi, Huawei, Orange e Vodafone, além de vários pesos pesados da tecnologia e indústria como Airbus, Google e Accenture.
Com um mercado que desacelerou nos últimos anos e sem grandes novidades, a 18ª edição do congresso aposta no desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Segundo a agência especializada IDC, no ano passado foram vendidos 1,17 bilhão de dispositivos no mundo, o menor nível em 10 anos. As vendas, no entanto, aumentaram consideravelmente no quarto trimestre (+8,5%).
A Inteligência Artificial "está claramente no caminho da democratização e já está por todos os lados", destaca Thomas Husson, analista da Forrester, que espera que IA "impulsione a inovação".
Vários fabricantes anteciparam que apresentarão novidades durante o congresso, como a start-up especializada em chips DeepX, a empresa japonesa Fujitsu ou a chinesa Honor, que revelará uma câmera com IA.
Mudanças no mercado em discussão
Além das questões vinculadas à IA, na atual edição do MWC os profissionais poderão discutir também a recomposição do mercado europeu, após o anúncio da fusão da Orange com a MasMovil na Espanha, assim como o financiamento das redes de telecomunicações diante da explosão do tráfego de dados.
As operadoras lamentam há muitos anos por suportar o peso dos grandes investimentos em infraestruturas necessários para permitir a visualização de vídeos em plataformas como Netflix, YouTube ou TikTok, que se recusam a assumir parte dos custos.