Quem estava na Praia da Guarita, em Torres, no Litoral do Rio Grande do Sul, na madrugada desta sexta-feira (22), pode assistir de camarote a um espetáculo: as ondas do mar brilhavam em tons de azul.
Mas se engana quem pensou que isso acontecia por iniciativa de alguma pessoa ou que se tratava do reflexo da luz da lua. Os responsáveis eram pequenos seres vivos marinhos. O fenômeno é chamado de bioluminescência.
Gabriel Zaparolli, que estava à beira-mar na ocasião, registrou o evento por volta das 2h.
O que é a bioluminescência
A bióloga marinha Elisabeth Cabral, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), explica que a bioluminescência é uma característica presente em diversos organismos, como vaga-lumes e cogumelos. No caso de Torres, houve atividade de plânctons dinoflagelados.
—É um processo que emite uma luz através de uma reação química, que vai ter várias funções. Alguns organismos utilizam para comunicação, outros para evitar predadores, outros para atrair presas ou parceiros sexuais —, detalha.
Conforme a professora, os plânctons estão presentes em toda a costa brasileira. As condições mais propícias para as florações bioluminescentes são águas mais quentes e calmas.
—Para a gente ter aquela vista bonita, em que a gente tem as águas brilhando, eles vão ter que estar em grande quantidade —, comenta.
Esse tipo de floração que ocorreu não é tóxica e não oferece riscos para os banhistas. A poluição e as chuvas carregam mais nutrientes para a costa, aumentando a população desses seres vivos.
De dia, eles podem ser vistos, mas sem a iluminação. A aparência dos dinoflagelados em ambientes claros é avermelhada.