A agência espacial russa Roscosmos detectou uma "situação de emergência" durante uma manobra antes do pouso na Lua da sonda Luna-25, conforme indicado em um comunicado neste sábado (19). Esta é a primeira sonda lunar lançada pela Rússia em quase meio século.
"Às 14h10min, foi emitido um impulso para transferir a sonda para a órbita de pré-pouso na Lua", explicou a agência. "Durante a operação, ocorreu uma situação de emergência a bordo da estação automática lunar, que impediu a realização da manobra com os parâmetros especificados", acrescentou.
O comunicado da Roscosmos não indica se a "situação de emergência" obrigará a retardar o pouso, previsto para segunda-feira (51), na cratera Boguslawski, no polo sul lunar. Também não oferece detalhes sobre o problema técnico detectado na Luna-25, que decolou em 11 de agosto de uma base no Extremo Oriente russo e entrou com sucesso na órbita do satélite terrestre na quarta-feira (16).
O diretor da Roscosmos, Yuri Borisov, admitiu em junho ao presidente russo, Vladimir Putin, que a missão era "arriscada".
— No mundo, a probabilidade de sucesso desse tipo de missão é calculada em cerca de 70% — declarou.
A agência espacial russa planeja uma missão de um ano com o objetivo de coletar amostras e analisar o solo lunar. A ideia é impulsionar novamente o setor espacial russo, que enfrenta dificuldades para inovar, sofre com falta de financiamento e foi afetado por escândalos de corrupção, além de estar isolado devido ao conflito na Ucrânia.
Putin prometeu continuar com o programa espacial apesar das sanções ocidentais e citou como exemplo o momento em que a União Soviética enviou o primeiro homem ao espaço em 1961, durante a Guerra Fria.