A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou em 16 de agosto um comunicado informando que o telescópio espacial Hubble capturou uma imagem do NGC 6540, um aglomerado globular cintilante localizado a 17 mil-anos luz da Terra. A imagem impressionou os pesquisadores pela qualidade e será utilizada em pesquisas sobre a origem e formação do Universo.
Segundo os astrônomos, um aglomerado globular é um conjunto de estrelas cujo formato aparente é esférico. Além disso, seu interior é rico e denso em estrelas antigas que são unidas pela força gravitacional. Nesse tipo de estrutura, pode haver cerca de 1 milhão de estrelas.
O NGC 6540 é um tipo de formação estelar que fica próxima do centro da Via Láctea, na Constelação de Sagitário. De acordo com os pesquisadores, a quantidade de estrelas dentro desse aglomerado pode variar de dezenas de milhares a milhões de estrelas.
A imagem foi obtida com o auxílio de dois instrumentos do telescópio, a Advanced Camera for Surveys e a Wide Field Camera 3, quando o aglomerado apareceu no campo de visão dessas duas tecnologias. Nesse momento, os pesquisadores estavam analisando a região sul da Constelação de Sagitário e não esperavam fotografar o conjunto de estrelas.
Segundo os cientistas da ESA, as estrelas mais brilhantes que aparecem no registro fotográfico são adornadas com padrões de luz proeminentes e em forma cruzada que são conhecidos como picos de difração. Em outras palavras, o brilho visto na fotografia é um recurso de imagem causado pela própria estrutura do Hubble e não pelas próprias estrelas.
De acordo com os cientistas, quando a luz proveniente das estrelas é capturada pelo telescópio, ela é ligeiramente perturbada pela estrutura interna do Hubble e isso faz com que os corpos celestes brilhantes fiquem cercados por picos de luz.
Para a ESA, registros fotográficos como esse serão úteis para auxiliar os pesquisadores a medirem as idades, estruturas e formas dos aglomerados globulares que ficam próximos da Via Láctea. Com isso, também poderão ser obtidas informações que ajudem a compreender a formação desse tipo de estrutura celeste.
Como os aglomerados globulares são formados estrelas muito antigas, a análise de sua estrutura interna também poderá ser útil para descobertas sobre a história de formação e evolução da Via Láctea.
A ESA divulgou em 17 de agosto em seu canal no YouTube um vídeo que mostra em detalhes a imagem capturada pelo telescópio. Confira:
O Telescópio Hubble
O telescópio espacial Hubble foi enviado para o espaço em abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discover. A missão foi liderada pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).
Nesses 32 anos de operação, a tecnologia, conhecida por ser o primeiro grande telescópio a entrar em órbita, conseguiu capturar imagens de estrelas, da colisão entre galáxias, de planetas de dentro e fora do Sistema Solar, entre outros corpos celestes.
Durante as duas primeiras décadas de operação, astronautas visitavam o telescópio para a realização de consertos. Com o fim do programa de ônibus espaciais, houve suspensão dessas atividades.
Em 25 de dezembro de 2021 ocorreu o lançamento do James Webb, considerado como o sucessor do Hubble. A tecnologia conta com maior precisão na obtenção de imagens e dispõe de recursos e ferramentas mais modernos.
Com os dois telescópios em operação, os astrônomos esperam obter registros fotográficos que permitam compreender como se deu a formação do Universo, além de permitir entender como determinados corpos celestes são formados e se comportam ao longo do tempo.