A missão Gaia, lançada ao espaço em 2013 pela Agência Espacial Europeia (ESA), cujo observatório espacial desenvolveu um mapa tridimensional da Via Láctea, apresentou nesta segunda-feira (13) uma nova versão, com informações sobre localização, trajetórias e características de cerca de 2 bilhões de objetos. Este é o terceiro e o mais detalhado material feito até hoje.
O objetivo da missão Gaia era chegar ao ponto de Lagrange, um local privilegiado de observação espacial, há cerca de de 1,5 milhão de quilômetros da Terra. De lá, observou-se 1,8 milhão de estrelas para mapear grande parte da galáxia que abriga o Sistema Solar e mais outras 100 milhões.
Os astrônomos do projeto divulgaram nesta segunda que observaram pela primeira vez "terremotos estelares", pequenos movimentos na superfície de estrelas, chamados de sismos estelares, que conseguem mudar suas formas.
Essas oscilações já eram do conhecimento de parte dos especialistas da ESA. Mas, dessa vez, o projeto detectou outras vibrações que são mais parecidas com "gigantescos tsunamis" em milhares de estrelas.
A composição das estrelas permite dar informações aos especialistas sobre o local de nascimento dos corpos celestes e, também, sobre sua trajetória. As informações da versão atualizada do mapa, divulgada pela ESA, vão desde a existência de mais de 150.000 asteroides do Sistema Solar, "cujas órbitas foram calculadas com uma precisão incomparável", passando por dados de 1,5 bilhão de estrelas na Via Láctea, até aqueles relativos a outras galáxias e quasares, disse à agencia de notícias AFP François Mignard, um dos coordenadores do projeto da Agência Espacial Europeia (ESA).