A Amazon anunciou na segunda-feira (13) em seu site oficial que lançará até o final deste ano a entrega de produtos comercializados online por meio de drones. A primeira cidade a receber o serviço será Lockeford, na Califórnia (EUA).
O projeto da empresa completa quase uma década, e nesse período aconteceram alguns problemas como acidentes, relatos de supostos lapsos de segurança e alta rotatividade. Apesar dos imprevistos, a Amazon garante que está confiante para o lançamento do serviço e que corrigiu as falhas do processo. Agora, a multinacional aguarda aprovação regulatória da Administração Federal de Aviação (FAA) para que consiga entregar os pacotes aéreos em Lockeford.
Toda empresa de drones precisa ser certificada pela FAA, assim como as empresas que voam em aeronaves comerciais. Isso significa receber a certificação Part 135 da agência, que já foi conquistada pela Amazon. Depois, a instituição regulatória precisa fazer uma revisão do projeto para dar o aval final, etapa em que a multinacional se encontra.
"Em termos de novas aprovações, a FAA revisará nossos planos e confirmará que nossa operação proposta em Lockeford está de acordo com a Lei Nacional de Política Ambiental", informou Av Raichura Zammit, porta-voz da empresa, por e-mail.
Segundo o jornal The Vergue, a FAA não quis falar publicamente sobre o projeto da Amazon. "Não comentamos projetos de certificação pendentes ou discussões com empresas", respondeu via e-mail Kiiva Williams, porta-voz da agência.
De acordo com a Amazon, são desenvolvidas tecnologias para melhorar a prevenção de obstáculos, tanto no solo quanto no ar. Além disso, a empresa está trabalhando para que seus drones operem além da linha de visão (BVLOS), que descreve a operação da tecnologia fora do alcance visível habitual do piloto.
Projeto
Jeff Bezos, ex-CEO da Amazon, anunciou o projeto de entrega por drones pela primeira vez em 2013. Na época, houve demonstração do serviço, que operou por 30 minutos. Seis anos depois, a empresa redesenhou o seu drone de entrega, o Prime Air, que tem a capacidade de voar verticalmente, e sugeriu o lançamento da tecnologia para o final daquele ano, o que acabou não acontecendo.
Nos últimos anos, a multinacional enfrentou problemas com o serviço, incluindo cinco acidentes ao longo de quatro meses no local de testes da empresa, em Pendleton, no Estado norte-americano do Oregon. De acordo com relatos de alguns funcionários, o programa estava sendo desenvolvido de maneira apressada e quando alguns trabalhadores que estavam preocupados com o andamento do projeto alertaram a empresa, foram demitidos. A multinacional negou e disse que sempre priorizou pela segurança.
Além da Amazon, empresas como a Wing e a Uber manifestaram interesse na entrega por drones. Até o momento, experimentos com esse tipo de tecnologia foram realizados em pequena escala, com a entrega de vacinas e sangue em locais remotos. Para um futuro próximo, a expectativa dos empresários é que o projeto revolucione o movimento de mercadorias.
Escolha por Lockeford
Não é por acaso que Lockeford foi escolhida como a primeira cidade que contará com o serviço de entrega por drones da Amazon. A região tem ligações históricas com a aviação, pois um de seus antigos moradores, Weldon B. Cooke, construiu e pilotou os primeiros aviões no início do século passado. Agora, mais de cem anos depois, os habitantes poderão testemunhar uma nova revolução tecnológica de entrega aérea de milhares de itens por dia.
Segundo a Amazon, os moradores de Lockeford terão um papel muito importante no serviço, pois será a partir da avaliação deles que o projeto poderá ser aprimorado. Para a empresa, ao lançar o serviço na cidade, isso também contribuirá para o crescimento da comunidade por meio da criação de novos empregos, formação de parcerias com organizações locais e auxílio na redução de emissões de carbono.
Heath Flora, deputado estadual da Califórnia, está confiante com o projeto proposto pela empresa. "Os moradores de Lockeford em breve terão acesso a uma das principais inovações de entrega do mundo", informou em comunicado. Além disso, o político garantiu que já está trabalhando com a FAA e com autoridades locais para que a Amazon consiga permissão para realizar suas entregas.