O Departamento de Saúde da Austrália anunciou que vai parar de publicar anúncios no Facebook, no mais recente capítulo da batalha entre o governo e o gigante de tecnologia, que continua bloqueando notícias em sua plataforma no país.
A decisão coincide com a campanha publicitária, de 20 milhões de dólares, do governo para convencer a população a tomar a vacina e combater as teorias da conspiração sobre a imunização.
O ministro da Saúde, Greg Hunt, afirmou no domingo que seu departamento prosseguirá com a campanha publicitária para estimular a vacinação, mas não no Facebook.
— Todos os nossos recursos serão utilizados — disse Hunt.
O Facebook critica a lei que a Austrália está prestes a aprovar e que pretende obrigar as grandes empresas de tecnologia a pagar aos meios de comunicação pelo uso de seus conteúdos. Em represália, a rede social bloqueou na quinta-feira (18) as notícias da imprensa australiana de sua plataforma.
O Parlamento deve aprovar a lei durante a semana e muitos acreditam que, diante do inevitável, o Facebook negociará uma solução com a imprensa e o governo australianos.
A resposta contundente do Facebook contrasta com o Google, que estabeleceu acordos com vários grupos de imprensa, como a News Corp de Rupert Murdoch e o jornal britânico The Guardian, para pagar pelo uso de suas notícias.
A Austrália iniciou a campanha de vacinação no domingo. A octogenária Jane Malysiak, sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, foi a primeira imunizada.
O primeiro-ministro Scott Morrison e outros funcionários do primeiro escalão do governo também receberam a primeira dose da vacina. Os profissionais da saúde e outros grupos prioritários serão vacinados durante a semana.