O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, declarou na segunda-feira (6) que os Estados Unidos "consideram" proibir aplicativos de redes sociais chineses, incluindo o TikTok, sob suspeita de que Pequim os use para espionar seus usuários. A Índia já vetou o uso do app pelas preocupações que o conhecido aplicativo levanta sobre questões de segurança nacional e de privacidade. Outros países estão considerando medidas semelhantes.
A apresentadora da Fox News Laura Ingraham perguntou ao secretário de Estado se seu gabinete planejava bloquear os aplicativos, "especialmente o TikTok".
A administração do presidente do país, Donald Trump, "está levando isso muito a sério. Estamos realmente considerando isso", respondeu Pompeo. Ele ainda disse que, por "muito tempo", os Estados Unidos têm trabalhado nos "problemas" da tecnologia chinesa e que estão "fazendo progressos reais".
Algumas horas antes, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos atacou as medidas "orwellianas" da China de censura a ativistas, escolas e bibliotecas de Hong Kong, com base em uma nova lei de segurança. As autoridades desse centro financeiro ordenaram que as escolas removessem seus livros para revisá-los de acordo com a nova lei, que criminaliza opiniões como apelos à independência, ou à autonomia. Algumas livrarias de Hong Kong anunciaram que estavam retirando títulos de ativistas pró-democracia.
— O Partido Comunista Chinês (PCC) continua a destruição de Hong Kong livre — disse Pompeo.
Sob "a repressiva lei de segurança nacional, as autoridades locais — em um passo orwelliano — agora estabeleceram um escritório do governo central nacional, começaram a remover livros críticos ao PCC das prateleiras, proibiram slogans políticos e exigem que as escolas apliquem censura", denunciou. O secretário de Estado considerou tais atos como "ataques aos direitos e liberdades do povo de Hong Kong".
— Até agora, Hong Kong prosperou, porque a liberdade de expressão e de pensamento era permitida sob normas independentes da lei — afirmou.
Pequim enfrenta uma enxurrada de críticas, especialmente das nações ocidentais, por impor uma lei de segurança que pune atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com países estrangeiros em Hong Kong. O vice-presidente americano, Mike Pence, disse à rede CNBC na semana passada que a lei era uma "traição" e "inaceitável para os amantes da liberdade em todo mundo".
Na semana passada, o Congresso americano aprovou novas sanções contra os bancos desse centro financeiro. A resolução inclui multas para os bancos que realizem "transações significativas" com aqueles que violam a autonomia de Hong Kong. O texto entrará em vigor após ser sancionado pelo presidente Donald Trump.