Os aplicativos de relacionamento Tinder e Grindr vendem dados pessoais de seus usuários a empresas terceirizadas, incluindo sua orientação sexual, no caso do Grindr, em violação à normativa europeia, denunciou nesta terça-feira (14) um organismo norueguês.
O Conselho de Consumidores da Noruega assegurou que o Grindr, destinado especificamente ao grupo LGBT+, compartilha dados de GPS, direção IP, idade e sexo de seus usuários com múltiplas empresas para melhorar a eficiência dos anúncios publicitários.
Ao compartilhar esses dados, se pode deduzir a orientação sexual dos usuários, acrescentou.
Segundo o relatório Out of control (fora de controle) escrito pelo Conselho de Consumidores norueguês sobre coleta e uso de dados pessoais por parte de 10 aplicativos, "a indústria publicitária está infringindo sistematicamente a lei".
— Cada vez que você abre um app como o Grindr, as empresas publicitárias sabem sua localização GPS, os identificadores utilizados para iniciar sessão no dispositivo e até se você usa um aplicativo de relacionamento gay — denunciou o ativista austríaco Max Schrems.
"É uma violação descarada dos direitos europeus de privacidade dos usuários", lamentou o Conselho de Consumidores, um organismo independente que beneficia de fundos públicos.
O relatório também envolve o Tinder, acusado de compartilhar dados de seus usuários com pelo menos 45 empresas de seu proprietário, o Grupo Match.
Segundo o Conselho de Consumidores norueguês, essas práticas podem levar a casos de discriminação, manipulação ou exploração.
O Grindr, controlado pela empresa chinesa Beijing Kunlun, foi procurado pela AFP, mas não quis comentar a denúncia.