Na próxima terça-feira (2), os gaúchos poderão acompanhar o acontecimento de um eclipse solar parcial. O fenômeno ocorre quando há uma conjunção da lua nova com o sol, fazendo com que suas posições coincidam e, dessa forma, o astro rei seja escondido pelo satélite.
Embora não seja tão raro – estima-se a ocorrência de dois a três fenômenos desse por ano –, esse eclipse nem sempre é visível de todos os lugares da Terra, diz Luiz Augusto L. da Silva, físico e astrônomo, professor do Departamento Interdisciplinar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Também varia o percentual de obscurecimento do sol, que, na terça, pode chegar a 58% em Porto Alegre. Em todo o território gaúcho, esses números variam: municípios mais ao norte podem ter obscurecimento com menos 1% ou 2% em relação a Porto Alegre, enquanto os mais próximos da fronteira com o Uruguai tendem a enxergar uma sobreposição maior.
— E lá, no Oeste, o sol se põe mais tarde do que aqui, então eles conseguem ver o fenômeno um pouco mais avançado — fala Silva.
Em fevereiro de 2018, a Capital registrou um eclipse solar, contudo, houve apenas 4% de obscurecimento. Um eclipse solar total só aconteceu na região em que hoje está localizada Porto Alegre em 1419. Dessa maneira, ele só deve se repetir em 2103, afirma Silva.
— Chamo a atenção para 2034, que será de tipo mais incomum, mas antes disso teremos oportunidade de outros eclipses. Daqui 15 anos, será do tipo anular, mais raro, que é quando a lua está mais longe da Terra e não consegue encobrir todo o sol, então ela se sobrepõe e deixa uma bordinha, como um anel — comenta o docente.
Se o tempo estiver bom, o fenômeno, que começa nesta terça (2), às 16h48min, dura até o pôr do sol. Ele poderá ser avistado de todo o Brasil, no entanto, quanto mais ao norte, menor o percentual de obscurecimento.
— No Sul, ele é mais notável porque estamos mais perto da faixa central do fenômeno, que é próximo de Buenos Aires, na Argentina. Lá, haverá eclipse total — justifica.
Como pode ser visto em Porto Alegre
Para ver o fenômeno com segurança, é importante utilizar um vidro de soldador nº 14, encontrado em ferragens. Evite o uso de radiografias ou binóculos.
Quem quiser fotografar o fenômeno com o celular, pode colocar em frente a lente um vidro de máscara de soldador número 14, encontrado em ferragens. Os fotógrafos de GaúchaZH Júlio Cordeiro e Lauro Alves também sugerem a utilização de um óculos com lente escura em frente à lente para evitar que a luz solar prejudique a imagem capturada.