Os americanos Frances H. Arnold e George P. Smith e o britânico Gregory P. Winter são os vencedores do Nobel de Química 2018. O anúncio foi feito pela Academia de Ciências da Suécia no início desta quarta-feira (3). Os cientistas foram reconhecidos por suas pesquisas sobre os princípios da evolução empregadas para desenvolver proteínas utilizadas para fabricar desde biocombustíveis até medicamentos.
O prêmio, de 9 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 4,1 milhões, será dividido entre os ganhadores. Frances Arnold, é a quinta mulher a receber o Nobel de Química e ficará com metade do prêmio. Smith e Winter dividirão a outra parte.
A americana, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, foi responsável por conduzir a primeira evolução dirigida de enzimas, proteínas que facilitam reações químicas. Com a pesquisa de Frances, é possível produzir substâncias químicas menos agressivas ao ambiente e desenvolver combustíveis renováveis menos poluentes
George P. Smith, da Universidade do Missouri, criou um método no qual um vírus que infecta uma bactéria pode ser usado para desenvolver novas proteínas. Já Gregory Winter, britânico da Universidade de Cambridge, utilizou o mesmo método para produção de novos farmacêuticos. A exibição de fago, nome dado ao método desenvolvido por Smith, é usada atualmente para a produção de anticorpos capazes de neutralizar toxinas, combater doenças autoimunes e curar câncer metastático.
Em 2017, o prêmio foi entregue ao suíço Jacques Dubochet, ao americano Joachim Frank e ao britânico Richard Henderson pela microscopia crio-eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.
Na segunda-feira (1), o Nobel de Medicina foi entregue para o americano James P. Allison e para o japonês Tasuku Honjo por seus trabalhos que revolucionaram o tratamento do câncer. Já o Nobel de Física, entregue na terça-feira (2), premiou Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland, reconhecidos pelas pesquisas sobre o laser.
Na sexta-feira (5), será revelado em Oslo o vencedor do Nobel da Paz. O Nobel de Economia será anunciado na próxima segunda-feira (8). Pela primeira vez desde 1949, o anúncio do Nobel de Literatura será adiado por um ano pela Academia Sueca, que enfrenta um escândalo vinculado ao movimento #MeToo, criado por mulheres para relatar casos de abusos físicos, sexuais e emocionais. Por conta disso, divisões internas e a renúncia de vários membros impedem o funcionamento normal da instituição.