A impressão tridimensional é uma realidade na área da saúde. Para itens únicos, sob medida, como é o caso de próteses dentárias ou de qualquer outra parte do corpo, as impressoras 3D se tornaram itens imprescindíveis. Como na criação de um protótipo, o processo é mais rápido e barato. Além disso, a precisão das máquinas industriais tornam a tecnologia insubstituível.
O professor Jorge Lopes da Silva é um dos 35 pesquisadores da Divisão de Tecnologias Tridimensionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, localizado em Campinas (SP). Um dos principais projetos do grupo é o ProMed, que leva a tecnologia de impressão 3D para a área médica, auxiliando, só em 2014, 130 hospitais que utilizaram a tecnologia em 516 cirurgias cranianas, faciais e ortopédicas. A equipe de Silva utiliza imagens de tomografias e ressonância magnética para imprimir as próteses.
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Um dos cases de sucesso da equipe do CTI Renato Archer na área médica é a prótese criada, em 2007, para um menino de 12 anos atropelado por uma moto. O menino havia perdido um pedaço do crânio e precisava reconstruir parte da cabeça. O principal desafio do caso, além da delicadeza da cirurgia, era criar uma prótese que acompanhasse o crescimento do garoto.
Um modelo convencional poderia sofrer rejeição pelo crescimento da cabeça ou até causar a deformação do crânio. A solução foi uma prótese dividida em quatro partes, que se abriria como uma janela deslizante conforme o crescimento. A impressão 3D possibilitou a criação rápida das peças com a precisão necessária.
Bioimpressão
Uma das pesquisas de Silva envolve bioimpressão. Mas, ao contrário do que se chegou a divulgar nos últimos anos, estamos longe do dia em que poderemos imprimir um órgão humano, conforme o professor. A maior conquista em quase 10 anos de pesquisa no assunto, lembra, é justamente um maior entendimento das dificuldades.
- Estamos vendo os rudimentos da tecnologia ainda, as estruturas. Qualquer coisa que se falar sobre isso é criar ilusões - afirma Jorge.