A Polícia Civil prendeu preventivamente nesta sexta-feira (13) um homem de 46 anos, suspeito lavar valores obtidos de forma ilícita por uma organização criminosa do Vale do Sinos.
O homem estava foragido desde quarta-feira (11), quando o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) deflagrou uma operação contra o grupo criminoso. Ele era um dos alvos da ação policial, que tinha como objetivo a prisão preventiva dele e de outras 17 pessoas que teriam ligações com a facção.
O suspeito foi encontrado em Tramandaí, no Litoral Norte, após mais de 48 horas de buscas ininterruptas. A prisão ocorreu por meio da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro do Denarc.
Após a detenção, ele foi encaminhado ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp). Outras quatro pessoas alvos da operação de quarta-feira seguem foragidas.
Suspeito era servidor público
Segundo a investigação da polícia, o preso era um dos principais responsáveis por planejar e executar as operação de lavagem de dinheiro da organização criminosa. O homem também era ligado diretamente ao líder do grupo.
O suspeito não tinha antecedentes criminais e atuava como servidor público em uma prefeitura do interior do Estado. No município, ele trabalhava ligado à área de finança e contabilidade.
A investigação apontou ainda que ele integrava a facção há cerca de um ano. Dentro desse período, a organização criminosa chegou a movimentar cerca de R$ 500 milhões.
Como acontecia
Uma das estratégias usadas pelo grupo para "esquentar" os valores obtidos de forma ilegal era juntá-los com o capital de empresas, para tentar ludibriar a fiscalização.
Outra forma usada para ocultar o patrimônio ilegal da facção, segundo a polícia, era o investimento em imóveis de alto padrão. Da mesma forma, a aquisição de propriedades rurais é apontada como uma estratégia para ocultar os valores.
A polícia identificou ao menos 15 fazendas, que teriam sido adquiridas pelo grupo criminoso, no interior do Estado. Em três delas, foi descoberta ainda a construção de pistas de pouso, que seriam usadas para o transporte de drogas para o Rio Grande do Sul com emprego de aeronaves de pequeno porte. Uma dessas pistas fica às margens do Rio Uruguai, em Garruchos, a 590 quilômetros de Porto Alegre.