A Polícia Civil investiga um golpe contra usuários de caixas eletrônicos na Região Metropolitana. Um homem de 37 anos, suspeito de participar do estelionato, foi preso. As apurações identificaram ao menos oito vítimas. A prisão aconteceu na quinta-feira (10), no condomínio onde o homem morava, no bairro Hípica, zona sul de Porto Alegre.
Segundo a polícia, o preso, que não teve o nome divulgado, é o homem que aparece em imagens de câmera de segurança adulterando caixas eletrônicos de uma agência do Banrisul na cidade de Cachoeirinha (veja o vídeo abaixo). Ele teria instalado nos equipamentos um dispositivo, que é chamado de “chupa-cabra”, que imita a entrada onde são inseridos os cartões nos caixas eletrônicos, e é capaz de prendê-los à máquina.
A Polícia Civil também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão. A ofensiva teve apoio da Polícia Federal, pois há informações sobre prática do mesmo tipo de golpe em unidade da Caixa Econômica Federal em Cachoeirinha. Segundo o delegado André Lobo Anicet, é possível que as ações não estejam relacionadas:
— Existem diversos grupos, inclusive nacionais, que rodam por diferentes locais aplicando este mesmo golpe.
A polícia acredita que o homem preso não agia sozinho, mas ainda não foram identificados outros suspeitos.
Investigação
A investigação se iniciou após o registro de ocorrências sobre furtos de valores de contas bancárias. A partir disso, a equipe da 1ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha conseguiu identificar como os golpistas agiam.
O delegado Anicet explica que, ao instalar o "chupa-cabra", os golpistas também colavam adesivos nos caixas, com telefones de uma suposta central de atendimento do banco. A vítima, após ter seu cartão retido, ligava para a falsa central e um golpista, se passando por atendente, dizia ter "bloqueado o cartão como medida de segurança".
O cliente era instruído a deixar o cartão na máquina e informar a senha de sua conta. Acreditando que o cartão estaria bloqueado, a vítima caía no golpe.
O próximo passo dos criminosos era voltar à agência e recolher o cartão. Segundo o delegado, era a partir daí que os estelionatários “faziam a festa com saques e compras”, uma vez que também tinham a senha.
Ainda não foi possível estimar o valor furtado a partir do golpe, mas as investigações continuam.
O que diz o Banrisul
Procurado pela reportagem, o Banrisul emitiu a seguinte nota:
“O Banrisul informa que modernizou a sua estrutura de monitoramento de segurança, utilizando tecnologias que permitem identificar determinados comportamentos.
Assim, o Monitoramento Inteligente Banrisul percebendo comportamentos fora dos padrões, aciona as forças policiais imediatamente.
Identificados os suspeitos, as imagens são enviadas em tempo real para as autoridades policiais, as quais atuam de pronto.
Nos casos de golpes conhecidos como “Falsa Central”, o modo de operação das quadrilhas é o de utilizar ardil para reter o cartão dos clientes nos caixas eletrônicos, colam um adesivo nos caixas com um número falso e, na eventualidade de um cliente ter seu cartão trancado, membro da quadrilha aproxima-se do cliente, oferece ajuda, induzindo-o a ligar para o número telefônico de uma falsa central de atendimento, que pertence a quadrilha.
Mediante engenharia social obtém os dados dos clientes, retiram o cartão que estava trancado no caixa eletrônico e tentam realizar compras.
Contudo, diante das ações de segurança adotadas pelo Banrisul em tempo real, as quadrilhas não tem obtido sucesso ou são presas em flagrante.”
*Produção: Camila Mendes