
A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (6) a prisão de um homem que estava foragido havia 11 anos. Ele estava sendo procurado pela morte do bancário Marcelo Henrique Prade, 46 anos, em Porto Alegre — o crime aconteceu em 2012, na zona sul de Porto Alegre. O suspeito foi recapturado terça-feira (5) em Itapema, no litoral de Santa Catarina, e já foi reconduzido ao Rio Grande do Sul.
O detido foi identificado como José Vilmar dos Santos Rocha, 70 anos, natural de Tapes. Ele é apontado como um dos três autores do homicídio e é tio da noiva da vítima, condenada pelo crime.
A psicóloga Lisiane Rocha Menna Barreto chegou a ser condenada em separado dos outros réus a 18 anos de prisão em março do ano passado. Ela cumpriu pena inicial em liberdade por estar grávida. Mas a Justiça anulou o júri porque a defesa da ré recorreu, alegando que todos os réus deveriam ser julgados juntos.
O outro réu, que também reponde em liberdade, é Elisandro Rocha Castro da Silva. Ele e Lisiane foram presos na época dos fatos e soltos depois.
Prade foi encontrado morto por volta das 22h do dia 3 de maio de 2012 quando havia chegado em casa, no bairro Nonoai, zona sul da Capital, após retorno de uma viagem a trabalho.
A prisão
Rocha foi detido por uma equipe da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O delegado Gabriel Casanova, responsável pelo caso, diz que o recapturado era o único foragido envolvido neste crime.
— A família de Rocha chegou a registrar ocorrência de desaparecimento em 2012, alegando que o indivíduo estava desaparecido. A família também dizia que ele tinha problemas psicológicos — destaca Casanova.
O delegado ressalta que sua equipe realizou pesquisas no último mês e localizou o homem. Segundo Casanova, Rocha foi surpreendido pelos policiais no momento em que varria a frente de casa.
Conforme apuração, foi encontrado com Rocha um documento de identidade expedido em Santa Catarina. A carteira de identificação foi encaminhada para perícia para verificar se é falsa. O objetivo da investigação é verificar se o foragido estaria ou não usando documentos em nome de outra pessoa.
Homicídio
Prade era funcionário do Banco Sicredi e foi encontrado morto em sua casa, com mãos e pés amarrados com fios de luz. Os olhos e boca estavam vendados e havia sinais de estrangulamento. O corpo dele estava enrolado em um tapete. Foram levados pertences da casa vítima, o que sugeriria, inicialmente, que Prade tivesse sido vítima de latrocínio.
No entanto, no decorrer da investigação da Polícia Civil, apurou-se que se tratava de homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A investigação apurou que o homicídio teria sido encomendado pela noiva de Prade. Rocha e Silva teriam executado o bancário, conforme acusação.
Como consta na denúncia do Ministério Público, a psicóloga teria interesse nos bens do seu noivo e em um seguro de vida dele. Os valores não foram divulgados.
GZH tenta novo contato com os advogados dos suspeitos para contraponto.



