A 1ª Vara Judicial de Teutônia aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra as seis pessoas acusadas de planejarem e executarem um ataque a tiros a um promotor de Justiça da cidade em 17 de agosto. A decisão, publicada na sexta-feira (30), torna os envolvidos réus e dá prazo de 10 dias para manifestação inicial.
Jair João Franz foi alvo de disparos de arma de fogo quando chegava em casa. Um tiro acertou o promotor, que foi levado ao hospital. A denúncia do MP foi por tentativa de homicídio e organização criminosa.
Quatro dos seis réus estão presos preventivamente. Entre eles estão a advogada Daiana Silva Toledo e José Izidoro Kovalski, que já se encontrava no sistema prisional quando o atentado aconteceu. Os dois são apontados pelo MP como os mentores desse crime. O preso teria sido o responsável, segundo a denúncia, por chefiar o ataque ao promotor de dentro da prisão.
Conforme a acusação, o preso e a advogada teriam decidido assassinar Franz em razão da atuação profissional dele. Daiana atuava na defesa de Kovalski. A defesa da advogada admite a inimizade, mas nega que ela tenha sido a mandante do crime.
Também é réu Eliandro Maria Vedoy da Silva, último a ser preso e apontado como o executor do crime. Ele foi detido em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo, na noite de 28 de agosto, na semana seguinte às primeiras prisões. Em depoimento, Silva permaneceu em silêncio.
Outro acusado é Éder de Souza Lucas, que chegou a ser investigado como possível autor dos disparos. Durante a investigação, porém, a polícia apontou que ele teria sido um dos responsáveis por executar outras tarefas para a concretização do atentado, como vigilância.
Outros dois homens se tornaram réus por dar guarida ao executor e fornecer uma motocicleta usada no crime. Eles respondem em liberdade e não tiveram os nomes divulgados.
Contrapontos
O que diz a defesa de Daiana Silva Toledo
O advogado Ezequiel Vetoretti afirmou no fim de agosto que Daiana tinha inimizade com o promotor, mas negou envolvimento dela com o crime. Na sexta-feira (29), Vetoretti informou que a defesa não pretende se manifestar sobre a denúncia neste momento.
O que diz a defesa de José Izidoro Kovalski
GZH entrou em contato com o advogado Rodrigo Torres na sexta-feira e aguarda retorno. Em manifestação anterior, o advogado defendeu a inocência do cliente e afirmou que os indícios de autoria eram "precários". Disse ainda que a defesa buscaria "sua absolvição total através do devido processo legal proporcionado em juízo".
O que diz a defesa de Éder de Souza Lucas
GZH entrou em contato com o advogado que fez o acompanhamento de Lucas durante a audiência de custódia, mas o profissional informou que não atua mais no caso. A reportagem tenta contato com a nova defesa constituída pelo investigado.
O que diz a defesa de Eliandro Maria Vedoy da Silva
Em depoimento, o suspeito optou por permanecer em silêncio. GZH busca contato com a defesa do denunciado.
O que diz a OAB
Após a divulgação do caso, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul emitiu nota na qual afirma que "não admite nenhum tipo de violência ou atentado contra qualquer pessoa e/ou autoridades públicas, sobretudo quando relacionado ao exercício profissional".