Após confirmar que o ataque a tiros que matou uma criança de três anos em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, estava relacionado a uma disputa territorial entre grupos criminosos, a Polícia Civil e Brigada Militar reforçaram a segurança para interceptar novos ataques e retaliações.
Na noite de segunda-feira (21), após uma perseguição, a Brigada Militar prendeu quatro homens com cinco armas, coletes à prova de balas, fardas e também um coquetel molotov.
— Podemos afirmar que esses indivíduos estavam prontos para cometer mais um delito grave. Todos eles têm passagens, vasta ficha criminal, são procedentes do sistema penitenciário — disse o Major Anibal Silveira, comandante da Brigada Militar na cidade.
Conforme o delegado Laurence Teixeira, a sequência de crimes que vem ocorrendo no município são reações por ataques anteriores. A principal suspeita é de que esses presos buscavam retaliação à morte da menina.
— Embora eles não tenham declarado nada, manifestaram direito de permanecer em silêncio, tudo indica que era uma ação que estava sendo preparada, uma represália ao crime da noite anterior. A investigação tem levantado, apurado, que são reações às ações anteriores. Essa associação criminosa está em conflito, o que tem culminado em ações violentas, mortes, execuções — explicou o delegado.
A principal hipótese da investigação é de que a menina, de três anos, foi morta em um ataque que tinha como alvo um membro da família dela, que também foi baleado e não corre risco de vida.
— Nem se discute se foi atingida acidentalmente ou não. Foi atingida. Sabemos todos que quem aperta o gatilho de uma arma sabe que pode atingir qualquer pessoa, inclusive crianças — concluiu o policial.
A menina foi morta na noite de domingo (20), quando criminosos dispararam diversas vezes contra a casa da família dela, que brincava no pátio quando foi atingida. O sepultamento ocorreu na manhã desta terça-feira (22).