A Polícia Civil informou neste sábado (26) que descobriu mais uma revenda de veículos de Viamão, na Região Metropolitana, suspeita de ser usada para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. No dia 15 deste mês, durante a Operação Car Wash, agentes cumpriram ordens judiciais contra criminosos que usaram outra empresa desse ramo na cidade para cometer o mesmo tipo de delito.
Uma célula de facção que tem base no Vale do Sinos movimentou, em um ano, o valor de R$ 17 milhões usando estas empresas, segundoa inquérito instaurado. Além disso, foram usadas 47 contas bancárias — 13 delas vinculadas apenas a uma revendedora de automóveis localizada no bairro Viamópolis — para transferências de valores e foram usadas algumas formas nada tradicionais para a lavagem de capitais.
O titular da 1ª Delegacia de Gravataí, delegado Eduardo Amaral, é o responsável pela apuração. Ele diz que o líder do esquema tinha imóveis e carros de luxo, mas o que foi considerado atípico foi o fato de ter lavado dinheiro com um tratamento dentário no valor de R$ 100 mil — com uso de lâminas finas de porcelana — e a compra de uma mansão para uma amante em Estância Velha.
Segundo a Polícia Civil, foi possível comprovar a compra de oito veículos de luxo, avaliados em R$ 1,5 milhão, e imóveis que custaram mais de R$ 4 milhões. Uma Land Rover Evoque foi dada de presente para a amante do líder do esquema, que é um apenado, e ela também ganhou uma residência de R$ 1 milhão. Os outros carros apreendidos foram quatro BMW, um Porsche Cayenne, entre outros.
Outra mansão foi dada de presente a um dos filhos do suspeito que comanda a célula investigada. A investigação continua para responsabilizar todos os envolvidos, entre líderes, gerentes, executores, operadores financeiros e laranjas. Além disso, bens seguem sendo identificados e bloqueados, bem como continua a análise das movimentações financeiras. O delegado Amaral ressalta que, somente nesta semana, mais R$ 65 mil em bens foram bloqueados judicialmente.
Uma outra questão apurada, referente à lavagem de capitais, é o fato de que os criminosos estavam planejando comprar postos de combustíveis. Áudios foram divulgados pela polícia durante a operação, na semana passada. Um deles revela que criminoso lavou dinheiro do tráfico com tratamento dentário de R$ 100 mil. Ele estava dentro do Presídio Central quando fez a gravação:
Sobre veículos, um dos vários áudios divulgados pela polícia revelam que os integrantes da facção gostavam de comprar carros de luxo. Em um deles, o líder do grupo, que está no sistema prisional, mas teve nesta terça mais um mandado de prisão preventiva cumprido contra ele, o suspeito negocia veículos: BMW, Porsche e até uma Mercedes: