Um ano de muitas perguntas e poucas respostas. Assim vivem familiares e amigos de Alessandra Dellatorre desde o dia 16 de julho de 2022, quando a advogada saiu para caminhar e nunca mais foi vista. A Polícia Civil investiga o caso desde o início através da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP).
Na manhã deste domingo (16), familiares de Alessandra se reuniram na Paróquia Santa Catarina de Alexandria, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, em uma missa para marcar um ano do desaparecimento da advogada. Ivete Dellatorre, mãe de Ale, como era conhecida, afirmou que, apesar do tempo corrido, mantém a esperança de encontrar a filha.
—São momentos muito difíceis. É difícil de descrever a dor, é um vazio muito grande, uma saudade imensa. Ela está em toda a parte, em cada canto da casa, em tudo a gente vê a Alessandra, é terrível. O que mantém nossa esperança é Deus, nos apegamos muito à fé — contou, emocionada, a mãe.
Amigos e familiares vestiam uma camiseta branca com a foto de Alessandra estampada junto um número de telefone (51 99771-5838) e a página criada no Instagram (@ProcurandoAle) para receber informações sobre o paradeiro da advogada. O namorado de Ale estava presente e contou que ainda é difícil conviver com a espera por notícias.
— Na verdade, são altos e baixos. Às vezes, a gente segue a vida e parece que está tudo normal, mas quando paro e penso no todo, dá um choque. É difícil expressar em palavras tudo o que passa pela cabeça — disse Guilherme Zagonel.
Investigações continuam
Desde o início, já nas primeiras horas do desaparecimento de Alessandra, a família se envolveu nas buscas. Passado um ano do ocorrido, Guilherme conta o que está sendo feito para tentar localizar a namorada:
— Criamos um perfil nas redes sociais e um número de telefone para que as pessoas possam entrar em contato caso tenham alguma informação. Recebemos muitas mensagens de apoio e de pessoas dizendo que estão rezando, outras relatam ter visto alguma coisa, mas, infelizmente, nada foi confirmado.
A delegada Mariana Studart afirma que as investigações continuam, mas que, atualmente, não há nenhuma atualização sobre o caso.
— Existem inúmeras hipóteses, mas a única certeza é o desaparecimento. Não existe arquivamento em caso de desaparecido. Enquanto a pessoa não tiver sido localizada, ou tiver notícia de morte, as investigações seguem — garante a delegada.
Ela está em toda a parte, em cada canto da casa, em tudo a gente vê a Alessandra, é terrível.
IVETE DELLATORRE
Mãe da Alessandra
O advogado Matheus Trindade, contratado pela família para cuidar do caso, relata que ainda existem muitas dúvidas.
— Hoje temos mais perguntas do que respostas. O que sabemos é que houve um ingresso na área de mata, pois temos uma testemunha ocular (um senhor que mora no local), os cães farejadores seguiram o rastro apontado pelo homem, então, isso afirma que na mata ela esteve. Porém, não conseguimos saber se houve uma área de saída, já que não houve uma preservação das imagens do local— aponta Trindade.
Sobre a garrafa descartada por Alessandra e encontrada por familiares, Trindade diz que os vestígios da substância encontrada (medicamento chamado Venvanse com um suplemento de cafeína) demonstra que Alessandra queria ter ganho atlético.
— Temos a esperança de encontrar ela com vida. A possibilidade de suicídio foi descartada, pois ninguém se mata e esconde o próprio corpo. O que nos dá esperança são informações de populares, é isso que move as investigações — finaliza.