O processo de extradição do empresário brasileiro Thiago Brennand, que foi acusado de agressão e estupro e está na Arábia Saudita desde setembro do ano passado, ainda é um mistério. No retorno de sua viagem aos Emirados Árabes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não discutiu o assunto com Mohammed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes, nem sabe como será o processo.
— Quando vai acontecer é questão da Justiça. Se no mundo existir 1 milhão de cidadãos como esse, todos merecem ser punidos, porque não é humanamente aceitável que um brutamonte desses seja um agressor de mulheres — acrescentou.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) aprovaram a solicitação do Brasil de extradição do empresário esta semana. Ele tem cinco mandados de prisão preventiva decretados no país e chegou a ser detido no exterior, mas foi liberado após pagar fiança.
Entenda o caso
Brennand é acusado por diversas mulheres por crimes de abuso sexual e agressão, mas o estopim foi o caso envolvendo a modelo Helena Gomes, em agosto do ano passado, em que o empresário foi flagrado por câmeras de segurança agredindo-a dentro de uma academia em São Paulo.
A juíza da 6ª Vara Criminal paulistana, Erika Mascarenhas, responsável por este processo, determinou que o acusado entregasse seu passaporte à Justiça. Como ele viajou para os Emirados Árabes, a magistrada decretou a sua prisão preventiva.
O atual advogado de Brennand, Eduardo Cesar Leite, pediu a revogação da prisão nos cinco processos, argumentando que "a mídia brasileira pautou supostos fatos, impondo julgamento antecipado do acusado pelo simples fato de sua viagem aos Emirados Árabes". As solicitações foram negadas na semana passada.