O vereador Fabrício Ollermann (MDB), investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Viamão, na Região Metropolitana, foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável supostamente cometido contra uma estagiária de 22 anos. O crime teria acontecido em 1º de dezembro do ano passado.
De acordo com a delegada Marina Dillenburg, responsável pela investigação, o vereador prestou depoimento espontaneamente à polícia em dezembro e teria afirmado que, ao perceber que a estagiária estava passando mal após ingestão de bebida alcoólica durante visita a uma propriedade rural, se colocou à disposição para socorrê-la. Como ela havia vomitado e estava suja, Ollermann relatou que teria parado em um motel para que ela tomasse banho. Depois, teria dito que a deixou em sua casa.
— A vítima lembrava do vereador em cima dela sem roupa. O próprio vereador admitiu ter dado banho na vítima, tocando em seu corpo sem consentimento — comentou a delegada.
Marina destaca que a vulnerabilidade da vítima se dá, de acordo com investigações, por ela não ter consciência durante os fatos após a ingestão bebida alcoólica. Ela foi levada, de acordo com as investigações a vários locais e, por fim, ao motel.
Além do suspeito, a Polícia Civil ouviu testemunhas durante a realização do inquérito e teve acesso às câmeras do motel que comprovam que o vereador e a estagiária estiveram no estabelecimento por duas horas.
A vítima também fez exames físico e psíquico, mas os laudos periciais ainda não foram entregues pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Ollermann, contudo, não entregou seu celular para perícia e não permitiu a coleta de material genético, o que é de seu direito, de acordo com a Polícia Civil. O vereador tampouco compareceu à Deam para confirmar seu depoimento tão logo o inquérito foi finalizado, o que ocorreu na última sexta-feira (10).
Agora, cabe ao Ministério Público oferecer ou não denúncia à Justiça, bem como solicitar novas investigações, caso entenda necessário.
De acordo com o presidente da Câmara de Vereadores de Viamão, André Gutierres (Progressistas), a Casa aguarda os relatórios finais de duas comissões, uma Comissão Parlamentar de Inquérito e uma processante, para votar por sua possível cassação em plenário. A votação tem previsão para a primeira semana de março.
— No momento em que houve queixa-crime, a Câmara afastou o vereador e abriu duas comissões, uma Comissão Parlamentar de Inquérito e outra processante. As duas estão trabalhando no caso — comentou Gutierres.
A Câmara de Vereadores de Viamão afastou o político ainda em dezembro, após apresentação de queixa-crime, com 17 votos favoráveis e dois contrários. Até a finalização dos trabalhos das comissões e apresentação de seus relatórios, o parlamentar seguirá afastado.
GZH procurou o advogado de defesa de Ollermann, Paulo Burmicz, que não quis se manifestar.