Um policial militar matou a tiros a esposa grávida e abriu fogo dentro do quartel do 19º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), na zona sul do Recife, deixando dois oficiais mortos e dois feridos na manhã desta terça-feira (20). Na sequência, o soldado Guilherme Barros, autor dos crimes, tirou a própria vida. A Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado investiga qual teria sido a motivação.
A mulher, gestante de dois meses, foi assassinada na casa em que morava com o marido, no Cabo de Santo Agostinho, município da região metropolitana do Recife. Claudia Gleice da Silva, de 33 anos, foi levada ainda com vida por familiares a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, que administra a UPA, Claudia morreu às 11h21.
Depois de balear a esposa, ainda pela manhã, o soldado da PM foi até a sede do batalhão onde trabalhava e atirou contra os colegas da corporação. O tenente Wagner Souza morreu no local e outras três vítimas foram socorridas.
A major Aline Maria e o cabo Paulo Rebelo foram encaminhados ao Real Hospital Português, uma unidade privada no Paissandu, área central da capital, com ferimentos de bala. A PMPE informou, em nota, que a major passou por cirurgia e foi encaminhada para a UTI e que o cabo, baleado no ombro, está internado para passar por avaliações médicas. A major teve a morte confirmada à noite.
Já o sargento Maurino Uchoa foi levado ao Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central. Ele chegou às 11h30 com um ferimento leve na cabeça; a bala passou de raspão e não chegou a perfurar a caixa craniana. O homem passou por sutura, exames como tomografia e recebeu alta por volta das 14h40, segundo a assessoria de imprensa do HR.
A Polícia Militar afirmou que foram acionados todos os meios para o atendimento da ocorrência. O assassinato de Claudia será investigado pela Polícia Civil de Pernambuco, enquanto os eventos ocorridos no quartel serão apurados por inquérito policial militar.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que as polícias Militar, Civil, Científica e o Corpo de Bombeiros, além de outros órgãos, atuam para "dar o suporte aos feridos, investigar e coletar elementos que ajudem a elucidar as circunstâncias e a motivação dessa tragédia envolvendo policiais do 19º batalhão e a mulher de um policial".
"No contexto atual, não é possível repassar outras informações e é prematuro, além de irresponsável, fazer conjecturas. Neste momento de dor e comoção, solicitamos compreensão e respeito às vítimas, familiares, colegas de profissão e demais envolvidos. Oportunamente, faremos novos esclarecimentos", falou em nota.
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.