Dez líderes de facções criminosas que estavam em três unidades prisionais foram transferidos para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) na manhã desta quarta-feira (13). Eles teriam envolvimento no conflito entre grupos criminosos que promoveram mais de 30 atentados com pelo menos 25 mortes na Capital nos últimos dias.
O secretário da Segurança Pública do Estado, coronel Vanius Santarosa, disse ao Timeline, da Rádio Gaúcha, que os presos farão tudo de forma individual na Pasc — desde as refeições até o banho de sol — e garantiu que não descarta isolar os apenados fora do Estado.
— Construiu-se uma linha de trabalho junto a Secretaria de Justiça de abrigá-los dentro da Pasc. A Pasc é um presídio quem tem a forma de encarceramento de celas individuais. Lá existem 13 celas que têm condições de receber os presos de forma individual — disse.
— A minha intenção é fazer uma quarta edição da Operação Império da Lei, que tem toda uma metodologia de movimentação dessas lideranças para federais num RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) — disse o coronel.
— Para movimentar um preso para fora do Estado, envolve a autorização de vários setores. É um processo demorado, que pode levar até seis meses. Mas eu não posso deixar esse criminoso tendo acesso a comunicação dentro do sistema prisional. Ele não vai nem ter a visão do colega dele da cela ao lado — completou.
O secretário lembrou que a prisão de Charqueadas já foi considerada de alta segurança, porém perdeu a classificação no ano passado por questões estruturais. Os corredores, por exemplo, podem ser acessados pelos presos já que as trancas de algumas celas não estão mais funcionando.
— Lá tem um problema de manutenção em algumas portas e faz com o que o preso não fique na sua cela. Faz com que ele possa circular livremente da cela para o corredor da galeria, e isso não nos serve — explica.
Esse não será o caso dos criminosos transferidos nesta quarta — estes ficarão em 10 das 13 celas adequadas.