A babá de Henry Borel, menino de quatro anos morto vítima de agressões praticadas, segundo a polícia, pelo padrasto, o médico e vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, está sendo investigada pela polícia por falso testemunho.
Thayná de Oliveira Ferreira, 25 anos, que trabalhou como babá de Henry de 18 de janeiro até a morte do menino, em 8 de março, prestou dois depoimentos ao delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pela investigação sobre o homicídio.
No primeiro, em 24 de março, afirmou que nunca tinha presenciado agressões a Henry nem brigas entre Jairinho e sua namorada, Monique Medeiros, mãe do menino.
A polícia descobriu conversas pelo WhatsApp em que Thayná e Monique discorriam sobre agressões praticadas por Jairinho contra Henry, o que comprovou que a babá mentira.
Jairinho e Monique foram presos em 8 de abril e no dia 12 a babá voltou à delegacia para se retratar. Ela afirmou que mentiu orientada por Monique e pelo então advogado do casal, por sentir medo: "Por ter visto o que Jairinho tinha feito contra uma criança, (a babá) ficou com medo de que algo pudesse acontecer com ela própria", registrou a polícia no depoimento.
Apesar da retratação, Thayná ainda é investigada.
— Existe sim um outro inquérito já instaurado sobre o crime de falso testemunho — afirmou nesta terça-feira (4) o delegado da 16ª DP.
— Mas no próprio depoimento ela demonstrou que tinha receio por sua integridade física. Possui vários familiares ligados ao investigado e à família — considerou Damasceno.
Quando concluir o inquérito, o delegado pode indiciar Thayná ou arquivar a investigação. Se for indiciada pela polícia e depois denunciada pelo Ministério Público do Estado do Rio e se tornar ré por falso testemunho, a babá pode ser condenada a pena de até quatro anos de prisão.