Morador de Júlio de Castilhos, na região central do Estado, o servente Fabiano Grigolo Dorneles, 21 anos, saiu de casa no começo da madrugada de 28 de agosto e não retornou mais. Nesta semana, o sumiço do jovem completou um mês sem que a família tenha respostas sobre o seu paradeiro.
Natural do município de 19 mil habitantes, Dorneles foi criado pelos avós maternos e há quatro meses estava vivendo com a companheira, a conselheira tutelar Taís de Castro, 32 anos. O casal tem um filho de três meses e passou a morar em uma casa no bairro Independente, junto com a filha mais velha dela, de 11 anos.
Após deixar o emprego no município de Condor para ficar mais próximo da família, Dorneles começou a atuar na cidade como servente de pedreiro. Nos últimos dias antes de desaparecer, Taís afirma que a falta de trabalho e as dificuldades financeiras estavam angustiando o jovem.
Na madrugada de 28 de agosto, segundo a companheira, ele saiu por volta das 2h dizendo que iria até um bar próximo de casa comprar cerveja e não voltou mais. O estabelecimento fica no mesmo bairro onde vivem.
Pela manhã, ela ligou para a avó paras saber se Dorneles havia passado a noite na casa de familiares. Também foi até o bar onde o companheiro disse que havia ido. Segundo Taís, o proprietário do local afirmou que Dorneles não tinha passado por lá. No dia seguinte, em 29 de agosto, ela registrou ocorrência pelo desaparecimento:
— Ele nunca fez isso de sair sem avisar. Não sei mais nem o que pensar, estou em desespero. É uma angústia porque durmo e acordo pensando nisso. Imagino que ele vai chegar a qualquer hora. Não tem explicação um guri bom como ele sumir em uma cidade tão pequena.
Além do bebê com Taís, Dorneles também tem uma filha de cinco anos, que mora em Marau e estava com férias marcadas para passar uma temporada com o pai em Júlio de Castilhos. De acordo com a companheira, Dorneles é extrovertido e não tem inimigos. Embora tivesse perfil nas redes sociais, o jovem não tem celular e costumava usar o aparelho dela. Organizados em um grupo de WhatsApp, amigos do servente tem feito buscas pelo jovem em matagais do município.
O caso é investigado pelo delegado substituto de Júlio de Castilhos, Adriano Rossi. Segundo o policial, Dorneles não tem antecedentes. Companheira e familiares já foram ouvidos.
— Temos algumas linhas de investigação, mas para não atrapalhar, não posso dar detalhes neste momento. É um caso complicado. Ele não disse se ia encontrar alguém, simplesmente não voltou — afirma Rossi.