Na tarde do último domingo (5), uma mulher de 39 anos viveu momentos de terror enquanto caminhava pelo bairro Bela Vista, em Porto Alegre. Ela foi abordada na rua por um criminoso armado com uma faca, que a obrigou a seguir com ele até o terreno de uma casa desocupada. Após violentar sexualmente a vítima, ele fugiu com o telefone celular dela. A equipe da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da Capital já identificou um suspeito do crime.
No mesmo dia do crime, a mulher foi ouvida pela Polícia Civil. A vítima contou que seguia sozinha pela Rua Casemiro de Abreu, quando um homem apareceu com uma faca na mão. O criminoso, que vestia moletom camuflado, ameaçou a vítima para que não tentasse escapar e obrigou que ela caminhasse com ele até a Rua Coronel Bordini.
Cerca de 200 metros depois, ele fez ela entrar no pátio de uma casa que está desocupada, e é cercada por vegetação. Ali, usando a faca para que ela não pedisse socorro, estuprou a mulher e, logo depois, escapou, levando o celular dela.
— Estamos tentando agora reconstituir os fatos. Como choveu muito nos últimos dias, não quisemos submeter a vítima a mais isso. Mas amanhã (quinta-feira, 9) devemos retornar ao local, para que ela nos aponte como aconteceu o crime. É um procedimento importante — explica a delegada Tatiana Bastos, titular da Deam de Porto Alegre.
Câmeras de vigilância das proximidades de onde aconteceu o crime estão sendo analisadas pelos policiais. Um suspeito foi identificado, mas a polícia preferiu não fornecer detalhes de como chegou até o nome do investigado no momento, para não prejudicar a investigação. A polícia está convicta de que o objetivo do criminoso era cometer a violência sexual e acabou levando também o aparelho celular da vítima, pela forma como ele agiu, levando a mulher até um ponto onde não seria flagrado cometendo o estupro. Ainda no domingo, o telefone da mulher acabou sendo recuperado.
Conforme a delegada, não há registros recentes de outros casos desse tipo de violência naquela mesma região. Sobre o fato de o caso ter acontecido durante o dia, a policial afirma que, embora isso desperte a atenção, muitos crimes de estupro são cometidos exatamente neste contexto.
— Muitas vezes imaginamos que o estupro acontece em locais ermos e durante a noite. Mas não é sempre assim. Temos outros casos de criminosos que agiram desta mesma forma. Na qual as vítimas são abordadas em locais de alta movimentação, como o centro da cidade. O crime pode não ser consumado ali, mas a vítima é abordada e levada para outro local — alerta.
Logo após procurar a polícia, a mulher foi submetida aos procedimentos necessários para vítimas de estupro, como administração de medicações para prevenção de doenças, além do atendimento psicológico e perícias. A polícia reforça a necessidade de que casos desse tipo sejam registrados, para que se possa adotar os trâmites recomendados e responsabilizar o autor.
— A violência sexual tem protocolo diferenciado, inclusive na área de saúde. A vítima sofre uma série de sequelas físicas e também psíquicas, por isso necessita desse atendimento especializado da rede — afirma a delegada Tatiana.
Onde procurar ajuda
- Brigada Militar - atende chamados de emergência pelo 190
- Polícia Civil - No Estado, há 23 unidades especializadas em atendimento de mulheres vítimas de violência. Em Porto Alegre, a Deam está localizada na Rua Professor Freitas e Castro, junto ao Palácio da Polícia, bairro Azenha. Os telefones são (51) 3288-2173 ou 3288-2327 ou 3288-2172. Também é possível procurar a delegacia mais próxima. A Polícia Civil atende no 197 (plantão de emergências) ou no 181 (Disque Denúncia).