Segurança

Mistério

“É uma dor comunitária”, diz promotora sobre desaparecimento de menino de 11 anos no norte do RS

Rafael Mateus Winques sumiu de dentro de casa há uma semana, em Planalto

Arquivo Pessoal / Divulgação
Comunidade se mobiliza na procura por Rafael, desaparecido desde a semana passada

Há uma semana, o mistério sobre o desaparecimento de Rafael Mateus Winques, 11 anos, é investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Ministério Público (MP). Segundo a mãe, a criança sumiu de dentro de casa no dia 15, em Planalto, no norte do Rio Grande do Sul. O caso ganhou repercussão e mobiliza os moradores do município que tem cerca de 10 mil habitantes.

— Todo mundo quer ajudar de alguma forma. É uma dor comunitária. É uma cidade pequena. Causa esta comoção, esta sensação de pertencimento. É interesse de todos que a gente consiga encontrar a criança bem, o quanto antes. Está completando uma semana, nos causa certa angústia esse tempo que está passando — explica a promotora Michele Taís Dumke Kufner.

Na quinta-feira (21), ela esteve na residência da família, de onde o menino desapareceu. Conversou com a mãe, o namorado dela, o irmão de Rafael, a avó e vizinhos. O pai do garoto é agricultor reside em Bento Gonçalves, na Serra, mas está em Planalto desde o início da semana para acompanhar o caso. Michele diz que a criança é descrita como calma e meiga, sem histórico conturbado. Na Promotoria do município não havia nenhum expediente anterior envolvendo a família.

— Queria o conhecer o ambiente, de onde ele sumiu. Como era a vizinhança, o entorno. E também prestar solidariedade para a mãe, é um momento difícil. A informação que recebemos também do Conselho Tutelar é que a família não tinha histórico de violência ou negligência. Nada que justifique ele resolver fugir. Relatam que o menino é uma criança tranquila, educada, meiga, afetuosa, ligada à família. Ele estava recebendo as tarefas da escola em casa, como as crianças estão, tudo normal. Isso torna ainda mais difícil o quebra-cabeça — descreve a promotora.

Conselho Tutelar / Divulgação
Cartaz divulgado pelo Conselho Tutelar

Sobre o desaparecimento, Michele diz que o caso destoa dos demais que são registrados no município e na região. Em geral, quando envolvem crianças ou adolescentes, o desfecho é rápido:

— Temos casos em que eles saem de casa e na sequência são encontrados. Nenhum com mais de 24 horas de desaparecimento. Isso nos preocupa muito, por ser uma criança e pelo tempo de desaparecimento. As condições climáticas também, fez muito frio na semana passada. Agora choveu bastante e a previsão é de esfriar bastante. Não existe nenhuma hipótese descartada. A criança pode estar perdida, passando algum tipo de necessidade.

Outro fato que intriga a promotora são as roupas descritas pela família. A mãe contou acreditar que o garoto tenha saído de casa vestindo uma camiseta do Grêmio, uma calça de moletom e chinelos. Eram as peças que ele usava na noite anterior ao sumiço e foram as únicas a desaparecer.

— Nessa noite, fez muito frio aqui. Era uma noite muito gelada. É mais estranho ainda que ele tenha saído com tão pouca roupa para a rua — analisa.

Perícia

A investigação do caso está a cargo da Polícia Civil, mas a Promotoria, assim como o Conselho Tutelar, vem prestando auxílio para tentar ajudar a descobrir o paradeiro da criança. O celular do menino foi encaminhado para perícia no Núcleo de Inteligência do MP, em Porto Alegre.

— Estamos aguardando a extração dos dados para ver se conseguimos recuperar alguma mensagem do celular do Rafael. Será dada prioridade. Acreditamos que em um ou dois dias teremos o resultado. É isso que podemos fazer neste momento, auxiliar. Nossa equipe e estrutura estão à disposição. A investigação é toda com a Polícia Civil. Temos buscado trabalhar com a maior celeridade possível para dar apoio a eles. É uma situação muito delicada — afirma Michele.

O desaparecimento

Rafael sumiu da casa onde vive com a mãe e o irmão há uma semana. A mãe relatou à polícia que acordou pela manhã e o menino não estava em casa. Segundo a família, a porta da frente estava aberta e com a chave pelo lado de dentro. Não havia indicativos de arrombamento. A criança não teria levado nada de dentro de casa, nem mesmo o celular. 

A mãe contou aos policiais que cerca de R$ 200,00 desapareceram da residência, mas não há comprovação de que teriam sido pegos pelo menino. A Polícia Civil afirma que, até o momento, não foram encontrados indicativos de crime, mas que todas as hipóteses são investigadas.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Rafael deve entrar em contato com a Polícia Civil pelo telefone (55) 3794-1340, com a Brigada Militar pelo 190 ou com o Conselho Tutelar pelo (55) 37942050 ou (55) 99696-1574.

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