O 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM) vai instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta de dois agentes durante uma abordagem no qual uma mulher de 20 anos foi morta a tiros no final da noite de sábado (27) em Porto Alegre. Larissa da Costa Antônio estava em um Ford Focus junto com o filho de três anos, o irmão dela de 13 anos, o namorado e outro homem – ainda não identificado.
Conforme o comandante do batalhão, tenente-coronel Fernando Gralha Nunes, o carro passou a ser acompanhado pela polícia na Avenida Assis Brasil, na zona norte de Porto Alegre. Os PMs identificaram que o veículo tinha sido roubado por volta do meio-dia de sábado, no bairro Petrópolis. Ainda segundo o oficial, o Focus foi perseguido por cerca de 10 minutos, até perder o controle e bater em um muro e numa cerca na Avenida Alexandre Luís, no bairro Jardim Itu-Sabará.
Nunes observa que a porta do motorista ficou bloqueada e, por isso, a mulher e o namorado desceram do carro pelo mesmo lado. O outro homem havia descido do carro momentos antes. Segundo o comandante, o namorado da mulher já saiu do veículo atirando, e os policiais revidaram.
A mulher ficou no meio do fogo cruzado e, segundo informações preliminares obtidas pelo comandante, foi atingida no tórax e nas costas por um disparo do revólver calibre 38, que estava com o namorado. O projétil e arma, deixada no local, agora vão passar por perícia.
Segundo o comandante, a atuação dos PMs é a recomendada.
— O procedimento adotado pelos policiais foi perfeito. Eles se arriscaram para tentar efetuar a prisão do indivíduo. Esse indivíduo colocou em risco o filho e o irmão da namorada dele e ele mesmo. E acabou causando o óbito dessa menina. Quem causou o óbito foi esse indivíduo. Se ele tivesse parado e se entregado, o desfecho seria outro — salienta o comandante, que observa que a mulher desceu do carro e foi em direção aos policiais.
Após os disparos cessarem, os policiais encontraram a criança e o adolescente abaixados dentro do carro. O casal estava namorando há uma semana, segundo informações obtidas pela Brigada Militar. O homem, que ainda não foi localizado, já foi reconhecido pela vítima do roubo e tinha antecedentes criminais por roubo e tentativa de homicídio. A identificação dele não foi repassada para GaúchaZH. As crianças foram entregues para o pai da mulher morta.
Segundo o comandante, a instauração de um Inquérito Policial Militar é um procedimento padrão adotado pela corporação em casos do tipo.
— Sempre é instaurado o IPM, sempre quando a resultado lesão for morte, independente das circunstâncias é instaurado Inquérito Policial Militar. Já está instaurado inclusive — observa o oficial.