Uma fábrica clandestina de cigarros foi descoberta pela Polícia Civil, na quarta-feira (19), na área rural de Montenegro, no Vale do Caí. Uma pessoa foi presa na ação – o nome dela não foi divulgado.
No local, foi encontrado um grupo de paraguaios trabalhando ilegalmente no país, em condições precárias. Segundo a investigação, o esquema movimentaria R$ 1,2 milhão por mês.
A investigação do delegado Paulo Ricardo Costa começou com a apreensão de uma carga de cigarros na região. Ao obter dois mandados de busca para o local suspeito, os policiais se depararam com um enorme galpão, ao lado de uma residência, em uma área com mata nativa e plantações.
Pelo menos 12 paraguaios fugiram quando a polícia chegou, mas dois foram contidos. O delegado diz que eles atuavam em condições precárias e com indícios de exploração de trabalho.
— Por isso, estão sendo tratados como vítimas. Havia uma agenda, até final de 2019, com nomes de paraguaios que viriam e que voltariam do Estado — diz Costa, acrescentando que os estrangeiros eram levados encapuzados até a fábrica clandestina, para que não soubessem a localização.
Um brasileiro foi preso no local. O trabalho agora é identificar os responsáveis pela fábrica que funcionaria há, pelo menos, um ano no Vale do Caí.
Foram apreendidos ainda maquinário, geradores e várias caixas com pelo menos 10 toneladas de cigarros da marca Bill. Os produtos saíam da fábrica com selo tributário do Paraguai. O delegado Regional de Montenegro, Marcelo Farias, acredita que a ação da polícia causou um prejuízo de pelo menos R$ 20 milhões ao crime organizado.
— Apuramos quem são os responsáveis. São gaúchos que tinham contatos no Paraguai e que usavam mão de obra de lá, quase que escrava, até para não levantar suspeitas por aqui. Vamos depois atrás dos receptadores — afirma Farias.
Os cigarros eram revendidos para todo Estado, principalmente nos vales do Taquari e do Sinos e na região metropolitana de Porto Alegre. Os crimes apurados são falsificação, sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O Grupamento de Operações Especias (GOE) da Polícia Civil foi chamado para garantir a segurança do local. Também foram acionados a Receita Federal e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).